ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
19-4-2010.
Aos dezenove dias do mês de abril do ano de dois mil
e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Fernanda
Melchionna, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Maria
Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto
Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Pancinha, Luiz Braz, Mario Manfro,
Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 336,
337 e 338/09, do senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa
Econômica Federal – CEF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador
Pedro Ruas, pela oposição. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Sebastião
Melo, em tempos cedidos pelos vereadores Waldir Canal e Adeli Sell. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, Tarciso Flecha
Negra, Engenheiro Comassetto, Nilo Santos, João Antonio Dib, este pelo Governo,
Paulinho Ruben Berta, João Antonio Dib e Luiz Braz. Na ocasião, o vereador Aldacir José
Oliboni formulou Requerimento verbal, solicitando fosse oficiado aos
Líderes de Bancada e aos integrantes da Mesa Diretora informação sobre reunião
a ser realizada neste Legislativo no dia vinte e dois de abril do corrente, às
doze horas, com a presença do senhor Carlos Henrique Casartelli, Secretário
Municipal da Saúde. Também, foi apregoado o Memorando nº 042/10, firmado pelo
vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por
meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do vereador Mario
Manfro, no dia de amanhã, na solenidade de posse do senhor Mateus Affonso
Bandeira como Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, às onze
horas, no Salão Nobre dessa empresa, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado o
Ofício nº 363/10, do senhor Prefeito, informando que se ausentará do Município
das dezoito horas do dia de amanhã às vinte e uma horas do dia vinte e quatro
de abril do corrente, quando participará do 9º Fórum Empresarial, 3º Fórum de
Governadores e 1º Fórum de Prefeitos de Capitais, na ilha de Comandatuba,
Bahia. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quinze horas e
quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a
realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às
dezesseis horas e cinquenta e quatro minutos, constatada a existência de
quórum. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 026/10 (Processo nº
1384/10), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Bernardino
Vendruscolo, Pedro Ruas, Nilo Santos, Aldacir José Oliboni, Dr. Thiago Duarte, Maria
Celeste, esta pelo oposição, Bernardino Vendruscolo, Reginaldo Pujol e João
Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados conjuntamente e
aprovados os Projetos de Lei do Executivo nos 042, 046 e 052/09
(Processos nos 5577, 5727 e 5990/09, respectivamente). A seguir, foi
aprovado Requerimento de autoria do vereador Sebastião Melo, solicitando o
adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº
003/10 (Processo nº 0358/10). Após, foi aprovado Requerimento de autoria do
vereador Carlos Todeschini, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da votação
do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/07 (Processo nº 7923/07).
Em prosseguimento, o senhor Presidente informou que será realizada reunião com
o Secretário Municipal da Saúde, no dia vinte e dois de abril do corrente, às
doze horas, no Salão Nobre Dilamar Valls Machado. Ainda, o senhor Presidente
registrou o recebimento de convite de representantes da comunidade do Bairro
Rubem Berta, para os festejos relativos ao vigésimo terceiro aniversário desse
Bairro, dia vinte e quatro de abril do corrente, às dezesseis horas e trinta
minutos. Também, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria dos vereadores João
Pancinha, Líder da Bancada do PMDB, Beto Moesch e Idenir Cecchim, ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 352/03 (Processo nº 4589/03) e foi aprovado Requerimento
de autoria do vereador Beto Moesch, solicitando que essa Emenda fosse
dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em continuidade,
foram aprovados Requerimentos de autoria do vereador Reginaldo Pujol,
solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão dos Projetos de Lei do
Legislativo nos 238 e 254/09 (Processos nos 5361 e
5813/09, respectivamente). Às dezessete horas e quarenta e oito minutos,
constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador
Engenheiro Comassetto, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Nelcir Tessaro e Mario Manfro e secretariados pelo vereador Bernardino
Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PEDRO
RUAS: Ver. Nelcir Tessaro, que preside a Sessão e esta Casa; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras; público que nos assiste, na verdade, o tema que
me traz à tribuna é um tema de toda a Casa, provavelmente um tema de toda a
Cidade e, eventualmente, além das fronteiras de Porto Alegre. De alguma
maneira, todos nós fomos surpreendidos pelas informações da imprensa, no
sábado, de que S. Exa o ex-Prefeito Fogaça teve o seu sigilo fiscal
e bancário quebrado na chamada Operação Pathos, da Polícia Federal. Até onde eu
sei - fiz uma pesquisa, no domingo e hoje pela manhã, até a Reunião de Líderes
-, é a primeira vez que temos, em Porto Alegre, um Prefeito que sofre essa
medida decretada pela Justiça Federal; como de resto, por qualquer órgão ou
instância da Justiça, seja Estadual, seja Federal.
Esse dado, por si só, já justificaria a nossa
intervenção em tribuna. O Ministério Público, solicitando à Justiça Federal,
com o apoio da Polícia Federal - como polícia judiciária -, divulga uma
informação de que houve essa quebra de sigilo bancário e fiscal de Sua
Excelência.
É muito cedo para se fazer acusações, é claro, mas
é um fato, Verª Juliana Brizola, da maior gravidade. Entendo agora, Verª
Fernanda Melchionna, o motivo de não termos acesso ao processo - a Verª Celeste
pediu junto conosco também -, era porque havia autoridade pública com foro
privilegiado, e isso determinava o segredo de Justiça, mas não se imaginava, na
época, que a autoridade pública fosse a maior autoridade do Município de Porto
Alegre, Capital do Rio Grande do Sul. Não se imagina! Imaginávamos até que
fosse algum deputado eventualmente investigado pelo Ministério Público Federal,
pela Polícia Federal. Pelas declarações do Ministério Público Federal
publicadas nos jornais de sábado, a investigação em relação ao Prefeito é
profunda; ela não só envolve uma questão prévia, ou seja, aquilo que o Prefeito
deveria fazer e não fez na prevenção; deveria fazer e não fez na repressão,
como envolve - e aí está a quebra de sigilo - a possibilidade de benefício
financeiro a Sua Excelência, mas não sou eu e nem outro Vereador ou Vereadora
quem está colocando isso; nós estamos agora é reproduzindo o que a imprensa
divulgou e a que não tivemos acesso. Isso é de muita gravidade, porque, pela
primeira vez, repito, nós temos um Prefeito de Porto Alegre com quebra de
sigilo bancário e fiscal para investigação de episódio de corrupção.
Eu concluo por aqui, Sr. Presidente, Vereadoras e
Vereadores, fazendo esse registro e chamando a atenção para o fato de que, cada
vez mais, a cada dia que passa, se avolumam os motivos para instalarmos,
inaugurarmos, de imediato, uma Comissão Parlamentar de Inquérito nesta Casa. A
nossa CPI, o pedido conjunto, que já tem 11 assinaturas, cada vez mais se
justifica, neste momento, pelas últimas notícias, se impõe como uma obrigação
nossa. Obrigado, Sr. Presidente; obrigado, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos ao
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo dos Vereadores Waldir Canal e Adeli Sell.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero
agradecer ao Ver. Adeli, porque eu estava no Grande Expediente, na semana
passada, e cedi o meu tempo a ele; ele hoje nos cede o seu tempo. Então eu
quero agradecer a gentileza do meu colega, sempre muito parceiro. Agradeço
também ao nosso Ver. Waldir Canal, que nos permitiu vir a esta tribuna usar os
dois tempos.
Confesso aos senhores que, inicialmente, eu até
tinha outros temas principais a debater, mas eu não posso, frente ao que aconteceu
na semana passada, aquelas duas mortes na Cidade, deixar de tratar desse tema.
Eu quero dizer que o nosso Secretário Romano Botin
é uma figura excepcional; acho que esta Casa e a Cidade o conhecem, sabem da
sua dignidade como engenheiro, como cidadão, e assumiu uma Secretaria que
presta relevantes serviços para a Cidade, mas, logo no primeiro dia, aconteceu
o triste episódio da morte de um jovem na nossa Av. João Pessoa.
Eu acho, Sr. Presidente, que esta Casa, que nos
orgulha, que orgulha os porto-alegrenses, não pode estar ausente desse debate.
Eu analisei o fato neste final de semana, Ver. João Dib - que é o nosso Líder
do Governo -, e não quero fazer nenhum juízo de valor. No Brasil - e o Rio
Grande está dentro do Brasil, e Porto Alegre está dentro do Brasil -, o maior
número de pessoas é do clube que transfere responsabilidades, Ver. DJ. Acho que
o Prefeito acertou em cheio. Esta matéria é de responsabilidade da Prefeitura,
sim.
Eu era oposição, Ver. Toni, e fui o primeiro a vir
a esta tribuna, em 2004, quando o Verle era Prefeito, para propor a aprovação
da Taxa de Iluminação Pública - ou contribuição -, e depois o jornal Diário
Gaúcho acabou rodando, com todas as fotos, quem votou favorável e quem votou
contra, e, no Orçamento Participativo, o que mais tramitava era isto: “Olhem os
Vereadores que são contra a Cidade e os que são a favor”. Pois eu votei
favoravelmente, porque entendia, Ver. Adeli, que não tinha de onde tirar um 1,5
milhão de recursos, mensalmente, para pagar a iluminação pública.
Então, se esta Casa deu condições para a
Prefeitura, ela tem que cobrar serviços da Prefeitura. Havia uma dívida de 60
milhões, que está sendo escalonada, mas, de lá para cá, o cidadão tem a sua
conta de luz que, se ele não pagar, é cortada.
Então, por isso, Presidente Tessaro, quero dizer
que estou redigindo, estou em fase de redação final, mas eu quero propor que V.
Exa, como Presidente da Casa, possa liderar.
Eu vou ler aqui no art. 227-G do Regimento Interno
da Câmara Municipal (Lê.): “A Câmara poderá promover missão externa, destinada
exclusivamente ao acompanhamento de assunto de interesse público pertinente à
coletividade do Município.” Proponho que V. Exa examine na Mesa a
possibilidade de criar essa comissão, e que essa comissão tenha representatividade
de todas as Bancadas. Eu entendo que não são só essas questões que estão
colocadas. Todos conhecem, na esquina da Rua Riachuelo com a Rua Marechal
Floriano, a antiga Ferragem Riachuelo; aquele prédio está escorado pela
Prefeitura - a SMOV botou um tapume, Ver. Dib -, e eu acho que, quando queremos
resolver as coisas, encontramos soluções jurídicas. Eu não tenho nenhum laudo e
não sei se a SMOV tem o laudo, mas eu sei que a situação é muito grave na
esquina da Rua Riachuelo com a Rua Marechal Floriano. Se eu andar duas quadras
para baixo, vou encontrar um prédio que, desde 1957, começou a ser construído,
lá na Praça XV de Novembro, e que pode se transformar em uma tragédia amanhã ou
depois. Essa Comissão poderá, Presidente, não só averiguar as questões que
aconteceram, mas também ter por missão verificar os prédios abandonados, e, se
for preciso, esta Casa tem que dar instrumento jurídico.
Eu mesmo protocolei um Projeto, dias atrás, dizendo
que um prédio que fica abandonado por mais de três anos, cujo proprietário não
paga os seus impostos, tem que ser retomado mediante notificação. Eu não estou
fazendo uma crítica à Prefeitura, não; estou dizendo que esta Casa não pode se
omitir, em um momento como este, de ser parceira, inclusive para fazer modificações
na legislação e para dar os instrumentos à Prefeitura, para que ela tome
providências.
A Sra
Fernanda Melchionna: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Rapidamente, Ver. Sebastião Melo. Primeiro, quero parabenizá-lo
pela iniciativa da sugestão de fazer uma comissão externa dos Vereadores desta
Casa para acompanhar as obras e determinados locais da Cidade que apresentem
riscos. Ver. Tessaro, já me inscrevo para estar junto nessa comissão.
Também quero registrar o caso dramático da Av. Wenceslau
Escobar, em que uma obra malfeita da empresa terceirizada pelo DMAE, a EPT
Engenharia, levou outro jovem, o jovem Leonardo, à morte também. Então são dois
casos em uma semana que, de fato, mostram determinada negligência do Município,
e nós, como Vereadores, temos de também sair às ruas para ajudar nessa
fiscalização.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Cumprimento V. Exa e faço um complemento ao pronunciamento da Verª
Fernanda Melchionna - a qual já está indicada para fazer parte da comissão que
V. Exa sugere - que o trabalho que V. Exa desenvolve é
coerente com a sua trajetória nesta Casa e mostra, acima de tudo,
responsabilidade desta Câmara de Vereadores para com os porto-alegrenses.
Parabéns, Vereador.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Melo, obrigado pelo aparte para corroborar o papel da Câmara de Vereadores, e,
diga-se que a Câmara de Vereadores não vai substituir o Executivo, porque o
nosso papel é fiscalizador, de cobrar as ações do Poder Executivo.
Há quatro anos, as paradas de ônibus da Bento Gonçalves, para lá do Carrefour, depois de um vento, perderam o telhado e, até hoje, estão completamente descobertas e dando choque. Recebi essa denúncia na sexta-feira à noite. Temos criticado, na COSMAM e em outras Comissões, a organização do serviço do DMAE; e talvez a tragédia que tivemos na sexta de madrugada poderia ter sido evitada se outros cuidados tivessem sido tomados. Obrigado.
O Sr. Paulinho
Ruben Berta: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero
agradecer o aparte, Vereador, parabenizá-lo e me juntar a esse trabalho,
dizendo que essa comissão não deverá somente se restringir ao Centro da Cidade,
mas também à periferia, onde prédios de até três andares estão sendo
construídos sem a mínima fiscalização. Obrigado.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebastião, obviamente V. Exa traz um tema
importantíssimo para o debate, que é a gestão dos serviços e dos projetos para
a Cidade. Há uma divergência, e eu quero fazer uma contestação ao que o
Prefeito José Fogaça deixou para a Cidade. Ele anunciava que a sua gestão seria
integrada com as Secretarias, e de atuação horizontal. Isso ficou no conceito,
porque, na prática, não existe, Ver. Sebastião. E grande parte dos problemas se
deve ao fato de que as Secretarias não se comunicam entre si e não trabalham
integradamente. Nessa linha, somos parceiros no debate para a correção dessas
posturas de desvio da gestão pública. Obrigado.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Agradeço todos os apartes recebidos, e vou tentar
fazer um fechamento sobre o tema. Eu acho, Ver. Bernardino, que V. Exa,
assim como tantos Vereadores, tem feito um mandato muito itinerante. Eu sou
muito crítico do Parlamento, muito “fazedor” de leis e pouco fiscalizador. E eu
vejo que o papel da fiscalização contribui muito com o gestor público. Sobre
essas empresas que são contratadas, eu sei, Ver. Airto Ferronato - V. Exa
foi Diretor do DEP; foi um grande Diretor -, que é impossível uma fiscalização
de 100%, mas sei que é possível fazer por amostragem, por empresas, por
departamentos da gestão direta. A Cidade está com muito buraco, tem obras, é
verdade isso, é importante para a Cidade. E há outros buracos que não são pelas
obras e que também precisam ser resolvidos. Isso não é um papel de ser Governo,
de ser oposição; o nosso mandato está, acima de tudo, lincado às questões da
Cidade.
Portanto, Sr. Presidente, eu quero deixar registrado que ainda hoje vou protocolar, perante a nossa Diretoria Legislativa, a proposição, porque isso depende de uma deliberação de Mesa e depende de uma construção política. Eu estou trazendo a sugestão e, evidentemente, essa sugestão vai ser socializada à Mesa Diretora, aos Líderes de Bancada. Se assim entenderem os Líderes, se assim entender a Mesa, eu quero dizer que essa não é só uma sugestão que fica na tribuna, mas também vou peticionar e vou entregar logo em seguida.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebastião Melo, V. Exa traz um assunto do momento,
e que bom que podemos discutir esses assuntos aqui e propor projetos e ações
sem aquele lado radical de ser oposição ou situação! Nós, como Vereadores de
situação, podemos dizer e nos sentir bem à vontade quanto a isso. Eu quero
mostrar aqui, Ver. Sebastião, que hoje está na pauta de votação o Projeto de
uma frente parlamentar para tratar de pessoas de rua, proposta por este
Vereador, e que, na quinta-feira, acertei para vir à votação hoje. O que
ocorreu na sexta-feira? Na frente da minha casa, faleceu essa senhora (Mostra a
foto.), uma pessoa de rua. Fui procurado pelos vizinhos e, imediatamente,
liguei para o SAMU. O SAMU não apareceu. A telefonista fez uma entrevista com
este Vereador e, depois, com um outro médico, para saber que tipo de pessoa
estava lá, que tipo de reação tinha essa pessoa. Então, com certeza, nós,
Vereadores, precisamos fazer um trabalho que envolva os técnicos da Secretaria
e dos Departamentos, porque eles têm que nos ouvir. Esse é o caminho, e eu o
cumprimento por isso. Obrigado.
O Sr. Toni
Proença: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado
pelo aparte, Ver. Sebastião Melo. Eu gostaria que, na Justificativa do seu
Requerimento da criação dessa comissão, ficasse observado o respeito a todas as
instâncias de controle social que Porto Alegre construiu com muita luta de todo
o movimento social, de toda a comunidade e das lideranças comunitárias. Nós
temos os fóruns regionais do Orçamento Participativo, os Conselhos de Controle
Social, o Conselho Tutelar. Este talvez seja o momento de nós resgatarmos uma
defesa que V. Exa faz da coparticipação da democracia representativa
com a democracia participativa. Parabéns pela iniciativa!
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Obrigado, Ver. Toni. Eu fiz um rápido levantamento, hoje pela manhã,
sobre as questões envolvendo as cidades, meus colegas Vereadores: nós tivemos,
em janeiro, o triste episódio de Angra dos Reis, com a morte de dezenas de
pessoas; depois a queda de parte da ponte sobre o rio Jacuí, com quatro mortos;
no primeiro trimestre, tivemos a tragédia envolvendo o Haiti; o terremoto no
Chile; o desabamento de terras em Niterói, no Rio de Janeiro, que foi outra
tragédia. E eu poderia citar aqui, agora, o episódio do vulcão, na Europa, que
ocasionou o fechamento de todo o espaço aéreo europeu.
Com isso eu quero dizer, Srs. Vereadores, que nós
fomos um país rural até 1960 e, a partir daí, nos enveredamos para o mundo
urbano. E todas as cidades, especialmente os grandes centros urbanos, não
tiveram, Ver. Dib - V. Exa, que foi Prefeito desta Cidade -,
condições de investir em infraestrutura para a quantidade de pessoas que foram
morar nesses grandes centros. Então temos hoje várias cidades dentro da mesma
cidade. Há as cidades em que os serviços públicos chegaram por excelência;
outras em que chegaram medianamente e, em outras, os serviços públicos não
chegaram, Verª Fernanda.
Nós temos aqui, em Porto Alegre, mais ou menos mil
famílias morando em áreas de risco: na encosta dos morros, na beira dos
riachos, na beira do Guaíba. E se nós tivéssemos uma chuva como a que ocorreu
no Rio de Janeiro, não sei se nós não teríamos uma tragédia como a que atingiu
aquela Cidade. Isso mostra que o Brasil precisa dar uma guinada enorme do ponto
de vista de fortalecer o orçamento público das cidades. Os Municípios cada vez
têm mais responsabilidades e menos recursos. Há prefeitos que vão a Brasília e
que gastam mais em diárias em hotéis do que os recursos que conseguem alcançar
do Governo.
E mais: no dia posterior à tragédia no Rio de
Janeiro, Ver. Adeli, não sei se foi no jornal O Globo ou no Diário Econômico,
mas foi em um dos jornais do centro do País, que dizia que os governos gastam
seis vezes mais com a tragédia do que com a prevenção. Disse mais, Ver.
Haroldo: que o orçamento colocado para a prevenção é até de um volume muito
grande, mas esse dinheiro não chega lá na ponta. É verdade que precisamos nos
preocupar com a cidade do futuro, mas, para fazer a cidade do futuro, Ver. Dib,
é preciso cuidar do presente, e nós, Vereadores, juntamente com o Executivo,
devemos estar irmanados nisso, ou seja, à prestação de serviço a nossa
população.
Em segundo lugar, Ver. Pedro Ruas, V. Exa
sabe que eu tenho uma admiração por Vossa Excelência maiúscula. V. Exa
sabe disso, colega de luta de OAB, foi Conselheiro da Ordem, foi Secretário da
nossa Caixa, foi Vereador desta Casa, retornou a esta Casa, mas V. Exa
comete uma injustiça. Eu milito há 32 anos na vida política; já presidi o
Partido aqui em Porto Alegre, já presidi o Partido estadualmente e posso dizer
que conheço o MDB e conheço os seus membros. Há muita gente séria em todos os
partidos, Ver. Pancinha, e há gente não séria em quase todos os partidos
políticos. Mas eu quero dizer que o nosso Prefeito Fogaça é uma dessas figuras
dignas do ponto de vista da sua correção. Qualquer gestão, seja ela de qualquer
partido, pode ter problemas. É só olhar para o Brasil, para as prefeituras,
para os governos dos Estados. Neste caso, o Governo tomou as providências. No
Estado Democrático de Direito, eu não posso fazer o que eu quero; eu tenho que
fazer o que a lei me permite. O Prefeito, ao tomar conhecimento desta situação,
mandou os documentos para o Tribunal de Contas, mandou para o Ministério Público.
Se esta Casa entender de fazer uma CPI, que a faça, não há problema algum. A
CPI talvez seja, Presidente, o instrumento mais poderoso que o Parlamento tem.
Agora, alguém há de escrever sobre a CPI no Brasil. Muito dispersamente já se
falou disso, mas vamos olhar para o Rio Grande, vamos olhar para as Comissões
Parlamentares de Inquérito no Rio Grande do Sul. O que aconteceu com elas?
Vamos olhar no Brasil!
Vou citar dois exemplos aqui: eu era Vereador de primeira Legislatura, e o Ver. Pestana era Diretor do DEMHAB, quando houve uma grande crise naquele órgão, com problema na gestão; diziam que distribuíam apartamentos, que faziam isso e aquilo, e nós constituímos uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Pois o Prefeito Tarso Genro - porque ainda era Prefeito da Cidade - contratou o Ministro Eros Grau, que, na época, não era Ministro do Supremo - era advogado em Santa Maria -, para entrar na Justiça, trancar a CPI do DEMHAB, a qual corria aqui, neste Plenário Otávio Rocha. Então, vejam o seguinte: eu não tenho nenhuma dificuldade de discutir CPI. Agora, discutir CPI para discutir o que aconteceu, aí eu acho que nós temos que pensar. Agora, o que eu não posso é propor uma CPI para desviar a discussão da CPI. Aí não é honesto com a população e não é honesto com esta Casa.
Por isso eu quero dizer do meu respeito a V. Exa,
mas reafirmar que, de tantos homens sérios que há neste País, eu assino, eu
coloco a mão no fogo, porque conheço o José Fogaça e sei da sua honradez e da
sua dignidade como um ser político que sempre orgulhou a classe política.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Serei
breve por questões do tempo, Vereador. Na verdade, não houve injustiça deste
Vereador - reproduzi o que a imprensa colocou. V. Exa também tomou
conhecimento, e mais, eu tenho dito sempre, quando peço o apoio de meus nobres
Pares para a Comissão Parlamentar de Inquérito, Ver. Sebastião Melo, que ela é
importante mais para os inocentes do que para os culpados, porque até que
provem o contrário, ou seja, até a CPI declarar que faria investigação ampla,
os inocentes ficam no mesmo rol dos culpados. E nós sabemos que tanto em
relação ao Governo como um todo quanto em relação à Secretaria da Saúde, no
particular, o número de inocentes é muitíssimo superior ao de culpados. E na
questão do Prefeito Fogaça, não houve julgamento de nossa parte até o momento;
apenas reproduzimos o que a imprensa tem colocado. É obrigação nossa, Vereador
- V. Exa sabe -, investigar o que está ocorrendo, nos nossos moldes,
ou seja, através da CPI.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Ver. Pedro Ruas, agradeço a sua manifestação. Eu
não conheço culpados, não parto desse pressuposto. Acho que o processo está aí,
o Ministério Público tem instrumentos enormes e vai poder clarear todo esse processo.
Eu acho que a Cidade exige isso, não é só esta Casa, a Cidade quer saber,
exatamente, mas existem procedimentos para isso. A CPI não condena ninguém;
politicamente, sim - a CPI não bota ninguém na cadeia. Não, a CPI vai produzir,
se ela acontecer, é um relatório que vai a esses órgãos. Então, a pergunta que
eu faço, Ver. Cecchim, é a seguinte: se hoje esses órgãos já foram instados
para fazer o que fariam lá no final da CPI, o que mais a CPI acrescentaria? Eu
produzo o relatório e o mando à Polícia Federal, mas a Polícia Federal já abriu
o expediente! Eu produzo o relatório e o mando ao Ministério Público, mas o
Ministério Público já abriu o expediente! Aliás, abriu a pedido da Prefeitura.
Aí eu mando o relatório para quem mais? Para o Tribunal de Contas? Pois o
Tribunal de Contas está fazendo uma inspeção especial sobre este tema.
Então, eu quero dialogar com V. Exa com
a maior serenidade. Nós vamos produzir uma CPI para fazer um relatório, e, de
certa forma, quando este relatório chegar lá, vão dizer: “Olha, muito obrigado,
Câmara de Vereadores, mas tudo o que os senhores nos mandaram aqui nesse
relatório, nós já checamos aqui e até avançamos um pouco mais”.
Então, eu deixo esta discussão, mas acho que é uma boa discussão, não tenho medo de enfrentá-la, de jeito nenhum.
Por final, Sr. Presidente, quero dizer que eu vou
deixar para um outro Grande Expediente, porque nós estamos já quase no final,
mas vou apenas falar um pouquinho desta questão. Os senhores sabem que eu sou -
nesses nove anos, finalizando um ciclo de vereança - um Vereador de
pouquíssimas leis. E quero dizer que produzimos uma Lei aqui na Cidade, chamada
Lei da Redução Gradativa das Carroças, e o que não me agrada é a toada provinda
da implementação dessa Lei. Nós levamos cinco anos, nesta Casa, debatendo esta
matéria, levamos mais alguns anos para aprová-la. E agora, depois de um ano e
meio, é regulamentada a Lei e é dado mais um ano para cadastrar as carroças.
Então eu conversei longamente com o Prefeito Fogaça
antes de ele sair; conversei longamente com o Prefeito José Fortunati antes de
ele assumir e conversei longamente com o Secretário Busatto antes de ele
assumir. Eu acho que há condições de resolver, se quiserem! Esta Cidade tem
capacidade de buscar muitos financiamentos. Se eu olhar para a Perimetral, são
245 milhões de reais que o Governo buscou para financiar uma obra importante, é
verdade que inconclusa, porque os viadutos não foram feitos, mas agora serão
feitos. Se eu olhar para o tratamento de esgoto, ninguém discute que esta Cidade
tem de tratar seu esgoto, e 500 milhões de reais é meio bilhão de real, e a
Cidade teve condições de buscar. Agora, será que a Cidade não pode buscar 30
milhões, 40 milhões, 20 milhões de reais para construir centrais de triagem?
Eu acho que, querendo, pode, mas tem de querer,
porque eu jamais colocaria uma lei para retirar os carroceiros sem dar
alternativa. A Lei, Ver. Pedro Ruas, é cristalina, é meridiana, ela diz que tem
que fazer a transposição dos carroceiros e carrinheiros para outras atividades.
Olha o exemplo do nosso Camelódromo. O Governo deu
uma porta de saída, Ver. Cecchim. V. Exa mandou para esta Casa,
através do Prefeito, uma Lei que esta Casa aprovou por unanimidade, dizendo
que, a partir da inauguração do Camelódromo, ficaria vedado o serviço nas ruas,
mas V. Exa deu a oportunidade para que aqueles camelôs se
transferissem para o Camelódromo.
Então, houve essa preocupação, Ver. Braz. Pois com
as carroças é a mesma coisa; com os carrinheiros é a mesma coisa. Você tem que
construir políticas públicas de transposição, criando centrais de triagem,
aumentando os galpões de reciclagem, pegando as crianças que hoje pilotam as
carroças e dando a elas não esses cursinhos de papel, do telefone, porque tem
gente que ganha dinheiro com isso, e a pessoa não aprende nada. Agora, bota um
jovem desses, por um ano, a estudar no Pão dos Pobres, que ele vai ser um
grande pedreiro, vai ser um grande carpinteiro, vai ser um grande ferreiro.
Aliás, no Brasil, hoje, está faltando mão de obra. Ele vive um bom momento,
especialmente da construção civil, e falta mão de obra qualificada. Então, tem
saída!
Portanto, eu espero que a toada da implementação da
Lei das Carroças não seja essa que está aí. Essa que está aí é para não
implementar, e não vai ser justo com o Prefeito lá de 2016, chegarem lá e
dizer: “Prefeito, agora a Lei diz que não pode ter mais carroça”, quando nada
foi feito para retirar as carroças.
Não é necessário dinheiro para serem feitas duas
coisas, Ver. Dib - V. Exa, que é nosso Líder: para cadastrar quantos
carroceiros há na Cidade, não precisa de orçamento, basta querer e, até hoje,
não tem o cadastramento. Para emplacar as carroças também não precisa de
recursos, porque, se eu quero retirá-las gradativamente, eu tenho que
emplacá-las para saber quantas há e, a partir dali, não entra nenhuma nova.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Sebastião Melo, esse assunto da Lei das Carroças, que foi inteligentemente
trabalhada por V. Exa, requer algumas reflexões. Realmente, o senhor
tem toda a razão. Eu não posso conceber que um cidadão fique puxando - estou
falando do carrinheiro, da pessoa que puxa a carroça, que puxa um enorme carro,
fazendo muita força, e, muitas vezes, esse carrinheiro está machucado, a gente
nota. É tão simples, e o Sindicato da Construção Civil quer isso - tanto o
Sindicato dos Trabalhadores quanto o Sinduscon. Esse cidadão poderia ser
encaminhado para trabalhar na construção civil com muito mais dignidade, pois,
hoje, um canteiro de obras tem refeitório, onde se toma café da manhã, se
almoça e se faz o lanche da tarde e tem banho quente. Então, encaminharmos para
esse trabalho digno, com carteira assinada, com trabalho para os próximos
quatro, cinco, seis anos, é simples. Realmente eu tenho que concordar com o
senhor, temos todos de nos dar as mãos para fazer, mas tem que ser feito.
E quanto a listar os carroceiros, quero lhe dizer
uma coisa, Vereador: quando começamos o projeto do Camelódromo, pegamos a
lista, existiam várias listas: listados, licenciados, tolerados, uma série de
listas. Nós juntamos todas essas listas e dissemos: a partir de hoje, essa
lista só pode diminuir. Não entrou mais nenhum, é simples. Realmente tenho que
concordar com V. Exa que é muito simples.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Obrigado, Ver. Cecchim.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Sebastião Melo, é um privilégio pedir um aparte para V. Exa, e
estava com saudade de vê-lo na tribuna, gosto e assisto com muita atenção o
pronunciamento de Vossa Excelência. Mas quero dizer que, realmente, votei
contra o Projeto das carroças, mas jamais votaria contra se tivesse uma
estrutura pronta. Votei contra e gostaria de acompanhar sempre, junto com o
senhor, esse Projeto, porque deve ter um direcionamento. A estrutura tem que
estar pronta - não é, Vereador? - para retirar essas pessoas que tanto
necessitam desse trabalho para manter suas famílias.
A Sra
Sofia Cavedon: V. Exa permite um aparte?
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Verª Sofia, V. Exa tem, prazerosamente,
o seu aparte.
A Sra
Sofia Cavedon: Ver. Melo, quero parabenizá-lo por, digamos, esse novo momento do
debate das carroças, que V. Exa lidera; acho que ele faz muito
sentido. Quero apenas alertar que a solução do Camelódromo é muito complexa.
Sobre investimento privado: para quem é pobre, dar retorno a um grande
investimento, de milhões, é muito complicado, está provado. Está muito difícil,
muitos camelôs estão voltando para as ruas sem alternativa para sobreviver.
Quero dar esse alerta para a gente pensar outro caminho para as carroças.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Agradeço, Presidente, e gostaria de dizer que, logo
em seguida, estarei protocolando um Requerimento, para que possamos, se assim
for o entendimento da Mesa, criar uma comissão de trabalho... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu tenho - já disse mais de uma vez - um respeito imenso pelos
Vereadores e Vereadoras desta Casa na medida em que tenho respeito pelo povo de
Porto Alegre, e foi este povo que os elegeu. Sempre foi assim, e este é o meu
quarto mandato. E há situações especiais nas quais esse respeito vai além,
passa por admiração fora da Casa, por amizade pessoal, e é exatamente o caso em
relação ao Ver. Sebastião Melo, porque tenho a honra de colocar S. Exa
no rol dos meus amigos, e imagino que a recíproca seja verdadeira. Mas temos
divergências, o que é natural na política. Na verdade, Vereador, o argumento de
V. Exa em relação ao que não seria importante na existência de uma
CPI passa, ao largo, de um dado da maior relevância, Ver. Cecchim, e esse dado
é o seguinte: o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual, a
Polícia Federal e o próprio Tribunal de Contas não examinam as questões, em
conjunto, da Secretaria da Saúde, conforme as denúncias que nos chegaram.
No dia, Vereadoras e Vereadores, da apresentação,
na coletiva, das razões do Ministério Público Estadual pedir a prisão
preventiva dos proprietários da Reação, ou supostos proprietários da empresa
Reação, um jornalista perguntou à Dra Lucia Helena Callegari: “Mas e
a corrupção anterior que levou a esse fato dramático, ao crime de homicídio?” E
disse S. Exa, a Promotora: “Este tema não é com o Ministério
Público; nós investigamos o homicídio”. E S. Exa tem razão. É claro
que o Ministério Público investiga, como a Polícia Civil, o homicídio, como, de
resto, essas questões - que são graves, e são importantes, e são do macro e
apareceram publicamente, algumas de forma dramática - são investigadas, sim,
mas não o conjunto; não, por exemplo, quem autorizava o pagamento de cada nota
fiscal fraudada para o Instituto Sollus ou para a empresa Reação, que são
servidores em pequeno número, comissionados ou não, que continuam lá e que
podem, Ver. João Dib, eventualmente, participar - não digo que sim, mas não
posso garantir que não - de outra fraude, de outros prejuízos ao Erário
Municipal, causando outros graves sofrimentos à população de Porto Alegre.
E mais: uma CPI, mesmo no Brasil - o Ver. Sebastião
Melo, homem brilhante, faz uma análise correta do conjunto de CPIs -, pode
funcionar. Lembro aquela do ex-Presidente Collor e, agora, aquela em Brasília,
também, do ex-Governador Arruda, assim como outras tantas. Mas, em regra, o
Ver. Sebastião Melo tem razão: no geral, são CPIs inócuas. Mas não a que
faremos!
Uma CPI pode ser eficaz ou ineficaz. Se ela for
eficaz, tanto melhor; se for ineficaz, não se perdeu nada, cumprimos nossa
obrigação, não haverá prejuízo. Ao contrário: quem não desempenhar bem o seu
papel, basicamente quem pretende a CPI é que vai pagar o ônus em relação à
opinião pública. Por isso mantemos o argumento da necessidade da CPI, quanto
mais não seja para inocentar quem não merece ficar no rol dos culpados perante
a opinião pública até que se esclareçam todas as questões. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro; hoje, pela
manhã, numa reunião de Mesa e Líderes, foi acordado que o Secretário Municipal
da Saúde, Dr. Casartelli, estará aqui na quinta-feira, ao meio-dia, em função
de uma solicitação da Comissão de Saúde, numa reunião que tivemos na
quinta-feira passada, lá na própria Secretaria, exatamente para dizer para nós
o que o Governo está pensando ou encaminhando sobre o Programa de Saúde da
Família, uma vez que o Projeto original, votado no final do ano passado, foi
vetado pelo Governo, e a partir de segunda-feira tranca a pauta. Então, nesta
semana temos que saber como encaminhar essa questão, para depois, junto com a
Comissão de Saúde, oportunizar ao Secretário e às entidades ligadas à área, uma
discussão sobre essa nova proposta que o Governo estaria trazendo.
Requeiro que a Mesa oficie aos Líderes e aos
membros da Mesa, para que, quinta-feira, após o feriado de quarta-feira, todos
estejam, às 11h30min ou 12h, conforme o Ver. João Antonio Dib, que estava
presente, está dizendo -, porque é uma reunião de extrema importância, para que
nós, depois, sigamos tratando do assunto. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Muito obrigado, Vereador. Sem dúvida nenhuma a
Mesa tomará as providências necessárias.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
todos que nos assistem pela televisão e nos acompanham nas galerias. Primeiro,
eu gostaria de parabenizar o nosso Ver. Sebastião Melo pelo seu belíssimo
discurso sobre os carroceiros. Muito bom, Sebastião, eu acho que é isso aí.
Ontem eu fiz a Caminhada pela Paz, com as torcidas
do Inter e do Grêmio. Quando eu era profissional e atuava dentro dos gramados,
era meu sonho ver essa paz não só no Rio Grande do Sul, mas em todo País.
Nós estamos a
50 dias, Presidente Mario Manfro, da Copa do Mundo, que é um evento que
mexe com todos os amantes do futebol, e é um evento que mexe com o País; não
tem quem não fique ligado nesse evento maior, que é a Copa do Mundo.
Ontem, na Caminhada, eu pude ver, há fotos no
jornal - esqueci em qual jornal - de uma criancinha de menos de um ano com a
camisa do Internacional, com seus pais, gremistas junto - uma foto maravilhosa.
Acho que torcer pelo futebol não é matar, não é
destruir. Torcer pelo futebol é essa brincadeira saudável que a gente faz
depois que termina o jogo. Ouvi muitas vezes esta brincadeira: “o saci não tem
medo do lobo mau”. Realmente. E é isso aí que eu acho que é muito saudável, que
é muito bom.
Quero parabenizar o Fernando Junqueira, pelo lado
do Grêmio, e o Lisandro Andrade, pelo lado do Internacional, e todos aqueles
que acompanharam a Caminhada. Mais de 200 pessoas acompanharam, foi um domingo
maravilhoso, lindo, de sol. Saímos do Beira-Rio e fomos até o Olímpico.
Eu só gostaria de pedir aos meios de comunicação
que dessem uma ênfase maior a esta Caminhada pela Paz. Ela é importante.
Pedimos tanto pela paz, Ver. João Antonio Dib, dentro do estádio, para que o
torcedor do Grêmio possa ir ao Beira-Rio, para que o torcedor do Inter possa ir
ao Olímpico torcer pelos seus times. A gente pede tanto! Acho que chegou a hora
de a imprensa dar uma ênfase maior a essa Caminhada pela Paz. Ela aconteceu no
ano passado; havia 70, 80 pessoas. Este ano já aconteceu com mais de 200
pessoas. Só assim a gente vai poder buscar a paz dentro dos estádios. Quem não
gostaria que isso acontecesse?
Agora nós teremos dois Gre-Nais, que me parece que
irão acontecer nos dias 27 de abril e no 02 de maio. O Internacional quer estar
presente no Estádio Olímpico. O gremista quer estar presente no Beira-Rio.
Muitas pessoas não vão com medo da violência que há não só na torcida
organizada - ela não é totalmente culpada por essa violência. Os culpados por
essa violência somos nós, que temos que disciplinar essa violência.
A imprensa ontem falou um pouco mais dessa
Caminhada pela Paz. Que maravilha! É o que nós estamos buscando. Eu, como
jogador de futebol que fui, sei como é essa violência nas arquibancadas. De
dentro do gramado, eu podia ver bem melhor o que acontecia; às vezes é uma
violência muito forte: um gremista ou um colorado, se um passa com a camisa do
Grêmio pela frente da torcida do Inter, é apedrejado, e vice-versa. Isso tem
que acabar! Torcer pelo futebol, amar o seu clube é outra coisa completamente
diferente.
Então, estão de parabéns todos os que foram a essa
caminhada maravilhosa num belo domingo; estão de parabéns o Fernando Junqueira, o
Lisandro de Andrade. Conte comigo sempre para esse lado da paz, do esporte, Junqueira; pode contar com este
Vereador, com este ex-atleta que tanto atuou dentro desses gramados. Obrigado,
Presidente, obrigado a todos! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos o Memorando n° 042/2010, do Gabinete da
Presidência, informando que o Ver. Mario Manfro representará esta Presidência
na solenidade de posse do Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul,
Sr. Mateus Affonso Bandeira, às 11h do dia 20 de abril de 2010.
Apregoamos o Of. nº 363/2010, do Gabinete do
Prefeito, com o seguinte conteúdo (Lê.): “Sr. Presidente: Ao cumprimentá-lo
cordialmente, comunico a Vossa Excelência e demais Edis, conforme prevê a Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, que deverei ausentar-me do Município das
18 horas do dia 20 até as 21 horas do dia 24 do corrente, a fim de participar
do 9º Fórum Empresarial, 3º Fórum de Governadores e 1º Fórum de Prefeitos de
Capitais, na Bahia, conforme anexo convite. Em sua 9ª edição, o Fórum
Empresarial, promovido pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), reúne os
maiores dirigentes políticos e empresariais do Brasil para discutir temas de
grande relevância para o desenvolvimento do País: sustentabilidade ambiental,
econômica e gestão pública e atua como centro de debates para analisar a
sustentabilidade econômica e alternativas positivas para o crescimento
brasileiro. Desta forma, convido Vossa Excelência para assumir este Executivo
no intervalo de tempo supramencionado. Registro, por oportuno, que o ônus para
o Município será de uma passagem aérea Porto Alegre/São Paulo/Porto Alegre e a
concessão de duas diárias. Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito.”
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; senhoras e senhores; prezados ouvintes, nós retornamos a esta
tribuna em nome da nossa Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores em
perfeita sintonia com o nosso campo de oposição e com a fala que fez aqui o
nosso Líder da oposição, de quem tenho a honra de ser o Vice, Ver. Pedro Ruas,
quanto ao infeliz episódio e à infeliz situação que vive Porto Alegre, falando
sobre um tema tão necessário e carente para a nossa população que é o tema da
Saúde pública.
Quero dizer aos colegas Vereadores da base de situação que a Bancada do Partido dos Trabalhadores e a Bancada de oposição não tiveram e não têm nenhuma pretensão, quando vêm a esta tribuna e vão, publicamente, dizer que nós precisamos investigar com profundidade os desvios dos recursos da Saúde; Ver. João Antonio Dib, V. Exa, na Liderança da situação, diz que a oposição quer ter um oportunismo do momento pré-eleitoral que se avizinha.
Eu quero recapitular aqui que a Bancada do Partido
dos Trabalhadores, ainda na gestão passada, protocolou nesta Casa dois pedidos
de investigação: um de autoria do meu colega Ver. Aldacir José Oliboni e outro
de autoria da minha colega Verª Maria Celeste, para que investigássemos,
naquele momento, quando a ponta iceberg
se apresentava com os problemas da má gestão pública municipal do Prefeito José
Alberto Fogaça de Medeiros, a Saúde pública e outros temas. E a Bancada do
Partido dos Trabalhadores organizou duas peças, que levamos ao Ministério
Público, pedindo a improbidade administrativa do ex-Prefeito José Fogaça. O
Ministério Público começa a dar respostas, a dar retorno à sociedade. Já
definiu o primeiro passo, que foi a quebra do sigilo bancário do ex-Secretário
da Saúde, bem como o do ex-Prefeito Fogaça. Vereador João Antonio Dib, que está
há 39 anos nesta Casa, eu gostaria de que V. Exa nos auxiliasse e
nos dissesse se algum outro Prefeito, na história de Porto Alegre, teve o seu
sigilo bancário quebrado por um órgão fiscalizador da grandeza do Ministério
Público, do Tribunal de Contas ou por qualquer outro órgão público. Neste caso,
um ex-Prefeito que abandonou a Cidade e a deixou num caos. Infelizmente, esse
caos tem se convertido em morte de nossos queridos cidadãos.
Venho aqui dizer que esses processos vão seguir e que a Bancada do Partido dos Trabalhadores está cumprindo, junto com a oposição, o seu papel constitucional, pois fomos eleitos para um dos princípios mais nobres do Legislativo que é fiscalizar, e fiscalizar todos aqueles que exercem um cargo público e que manejam o dinheiro público. E, nesse caso da Saúde, a população vai mal, muito mal, porque não tem saúde, e o dinheiro público, inclusive dinheiro que vem de recursos federais, é desviado e comprovadamente roubado.
Se a Câmara não quer investigar, o Ministério
Público está fazendo uma parte. A quebra do sigilo bancário do ex-Prefeito
Fogaça não é pouca coisa! Então, esse é um tema cujo debate político não
faremos aqui, mas certamente a população, a sociedade, vai fazer esse debate no
processo eleitoral que se avizinha.
Portanto, Sr. Presidente, queremos deixar
registrado aqui e dizer que a Câmara deve, sim, imediatamente, analisar esses
fatos e cumprir com o seu papel constitucional, que é fazer essa investigação
com profundidade, porque a Polícia Federal já constatou desvio de 9,6 milhões
de reais.
Concluo, Sr. Presidente, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, dizendo que queremos contar com o apoio dos 36
Vereadores, porque esse não é um tema da oposição; é um tema do Legislativo, do
seu papel constitucional e desta Câmara, que honra e sempre honrou, como uma
referência, a Nação brasileira. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanha, sobre a vinda do Secretário
da Saúde aqui, na quinta-feira, acho importante. Também estamos nos organizando
para conversar com a própria oposição, com o Líder da oposição, o Ver. Pedro
Ruas, e com os Vereadores da base aliada, para que o nosso Secretário da Saúde
possa comparecer a este plenário daqui a alguns dias, Ver. Oliboni, exatamente
para que possamos conhecer qual a linha que será adotada por ele para dar
sequência ao trabalho da Secretaria da Saúde. Acho importante, sim, ele vir no
momento oportuno, e o estaremos trazendo aqui não para ser sabatinado pelo
Plenário, mas para que ele possa expor o que tem para acrescentar a essa Pasta,
que é a Secretaria da Saúde.
Temos ouvido falar aqui, várias vezes, sobre o
desvio de 9 milhões de reais. Eu só quero esclarecer que, na realidade, Ver.
Maurício Dziedricki, mais da metade desse valor está retido nos cofres do
Governo, não foi para o Instituto Sollus. Isso é importante. Havia o contrato,
sim, Ver. Pedro Ruas, mas parte desse valor está retido. É importante deixar
claro, porque parece que saíram lá os 10 milhões de reais, e é isso aí. Não!
Parte do valor está retido nos cofres do Governo - é importante que a população
tenha conhecimento disso.
Também quero fazer um breve comentário sobre o
ocorrido na última quinta-feira, neste plenário. Inclusive a comunidade gritava
“Nilo, não; Nilo, não” ali, para ir à reunião lá com aquela comunidade da Rua
Intendente Alfredo Azevedo. Ver. Paulinho Ruben Berta, está agendada para
amanhã, às 9h30min, uma reunião com o Secretário Busatto, que já chega
trabalhando, também com o Diretor do DEMHAB e com o Diretor Presser, porque a
área que a comunidade estava reivindicando - ir para a Rua Cel. Massot - está
nas mãos do DMAE, que é para o Pisa; tem a Vila Nossa Senhora das Graças, que o
povo está aguardando para poder se mudar. Então é o mesmo problema da Coqueiros
e da Cel. Massot; a única diferença é a região. Na Av. Manoel Elias, neste
momento, é o DEMHAB que gerencia a área; na Rua Cel. Massot, é o DMAE que
gerencia a área. A informação que nós temos - por isso essa reunião amanhã - é
que o Diretor Presser disse que vai causar um constrangimento se uma outra
comunidade for para a área da Cel. Massot. Inclusive o pessoal da Vila Nossa
Senhora das Graças mantém uma vigilância lá, Ver. Paulinho Ruben Berta, para
que ninguém ocupe aquela área, pois eles estão sonhando em habitar aquela área.
Então, apenas para esclarecer os senhores
Vereadores que acompanharam, na quinta-feira, aquela manifestação, quero dizer
que amanhã, pela manhã, nós esperamos chegar a uma conclusão, nosso querido
Ver. Valdir Fraga - nosso sempre Vereador, Embaixador, hoje, do Governo aqui,
nesta Casa -; então, amanhã esperamos, sim, encontrar uma solução, até porque o
DEMHAB, neste momento, é o melhor parceiro daquela comunidade, porque a ordem
de Reintegração de Posse que foi dada pelo Juiz, na realidade, foi solicitada
pelo IPE, não tem nada a ver com a Prefeitura.
Então, nós estamos acompanhando, e o resultado
dessa reunião de amanhã, eu comunico aos senhores, aqui desta tribuna,
exatamente para que possamos ficar tranquilos quanto ao destino dessa
comunidade que, espero, não seja despejada. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, parece até que ter sigilo bancário significa um crime. Ora, todos
os políticos deveriam, ao assumir cargos, dizer que o sigilo bancário, o sigilo
telefônico, no momento em que quiserem, está à disposição das autoridades. Não
tem nada de mais o fato de ser quebrado o sigilo bancário do Prefeito, apesar
de que ele emitiu nota.
Mas eu queria dizer que o problema do Instituto
Sollus foi muito bem acompanhado pela Prefeitura, que fez o levantamento, fez a
Sindicância e fez a Ação Civil Pública para encerrar o contrato; fez tudo o que
tinha que fazer. Eu vou ler apenas um trecho aqui que me foi encaminhado pela
Procuradoria-Geral do Município. Foi a Comissão que foi instalada para fazer o
levantamento dos prejuízos do Município (Lê.): “... é preciso esclarecer, Sr.
Procurador-Geral, que: a) não havendo rito próprio para constituição de Dívida
não-tributária [é uma dívida não-tributária], a Comissão propôs e V. Sa
aceitou, que o processo administrativo seguisse com regramento feito para o
caso, combinando regras da Lei do Processo Administrativo Federal e o do Código
do Processo Civil; b) assim, nos termos do regramento homologado, findo o prazo
inicial, a instrução seria encerrada (art. 5º); c) a Comissão, no entanto,
entendeu de baixar em diligência o processo, intimando o interessado em
comparecer e encaminhado-o à Comissão de Tomada de Contas Especial, para que
ficasse configurada a ampla defesa e a defesa técnica [Eu quero dizer que os
advogados do Instituto Sollus, os dirigentes do Instituto Sollus receberam
vários prazos e não cumpriram.]; d) tal medida [e não havia necessidade] foi
tomada em razão de inúmeros precedentes do TJ-RS e do STJ, que anularam
Execução Fiscal fundada em Dívida não tributária inscrita sem o devido processo
administrativo; e) não há dúvida quanto à liquidez do crédito, de R$
5.418.735,02. O processo administrativo serve para assegurar a sua regular
constituição.
Sendo assim, o processo foi formalmente encerrado
em 19/03/2010. O interessado e seu advogado constituído foram notificados em 26
de março de 2010.
Todas as providências tomadas foram no sentido de
assegurar o due process of law, (duplo
grau de jurisdição) para não correr
nenhum risco no ajuizamento da Execução Fiscal de Dívida Ativa não tributária.”
Portanto o Município está preocupado, porque o
Prefeito Fogaça determinou o levantamento das condições em que o Instituto
Sollus está atuando e, por isso, entrou na Justiça com uma Ação Civil Pública e
tomou as medidas necessárias para que possa ser o Município ressarcido desses
cinco milhões, quatrocentos e dezoito mil reais.
Mas, de qualquer forma, também tem uma nota no
jornal Zero Hora de hoje, na qual o Prefeito afirma que foi a Secretaria Municipal
da Saúde que detectou e deu conhecimento das irregularidades na prestação de
contas do Instituto Sollus, agindo imediatamente e com toda a severidade. Por
fim, a nota diz que causa estranheza que seja transmitida a informação à
imprensa justamente no dia em que se dá o primeiro roteiro de encontros
políticos visando às eleições.
Realmente nota-se que nós fazemos muita política em
torno de um assunto que deveria ser tratado jurídica e tecnicamente. De
qualquer forma, eu fico satisfeito que tanto a oposição quanto a situação
entendem que o Ministério Público tem condições que nós não temos. Nós não
poderíamos quebrar sigilo bancário de ninguém, nós não temos essas condições,
mas o Ministério Público tem, a Polícia Federal tem. Então muito bem fazem eles
as suas obrigações. O nosso ex-Prefeito está isento de qualquer culpa, e nós
não temos nenhuma dúvida sobre isso. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; todos que
nos assistem, em especial a comunidade do Jardim dos Coqueiros e a Associação
de Moradores do Condomínio Jardim Ipê, eu venho aqui e queria me dirigir
principalmente ao Ver. Nilo Santos: Vereador, eu sei do seu trabalho, o
acompanho há muitos anos, inclusive quando o senhor estava na FASC; sei da sua
responsabilidade com todos os moradores, e também do nosso amigo Dr. Goulart.
O que acontece? Acontece que eu acho que existiu um
pequeno equívoco entre nós, algo que não ficou muito esclarecido, e ficou
parecendo que um de nós estaria contra ou a favor de uma ou outra comunidade.
Não é verdade, de maneira nenhuma! Também sei que o próprio Governo do Município,
no seu todo, tem lutado muito para não deixar e não excluir nenhuma família
nesta Cidade.
Eu não vi, nos últimos cinco anos, nenhuma família
ser colocada em cima da calçada. De maneira nenhuma eu vi isso, e jamais diria
isso. Jamais eu viria a esta Casa para dizer, desta tribuna, uma coisa que não
fosse realidade.
Eu quero colocar aqui o seguinte: talvez não tenha
havido um entendimento entre nós em função da maneira como foi colocado.
Primeiro: o Orçamento Participativo na Cidade, há mais de vinte anos, diz que
nós temos que ir lá nas comunidades organizadas, trabalhar, votar, explicar,
para conseguir recursos a serem colocados dentro do caderno do Orçamento
Participativo, para tirar principalmente as famílias que estão em áreas de
risco. Muito bem. O Jardim dos Coqueiros foi, no ano de 2004, para o Orçamento
Participativo, e lá conquistou (Lê.): “Compra de área de lotes para
reassentamento de 150 famílias moradoras em áreas de risco, Jardim dos
Coqueiros. Demanda, 2004.” Está aqui. Está aqui. (Mostra documento.) (Continua
lendo.) “Compra de área para reassentamento das famílias na Vila Jardim dos
Coqueiros, mais 100 mil; o outro eram 228 mil.” Trezentos e poucos mil para a
compra de área para 150 famílias que estão em áreas de risco, que estão dentro do
riacho, do arroio ou do valo, como queiram chamar. A realidade é que essas
famílias, todo inverno, perdem parte da casa, porque está sendo assoreado o
riacho. A gente está sempre batalhando; inclusive, a maioria dos Vereadores tem
feito Pedidos de Providências para a retirada do lixo, para tudo.
Então, em momento algum, nós estamos dizendo isso
ou aquilo; nós estamos dizendo que esse direito sagrado de quem esteve, durante
vários anos, tentando colocar recurso dentro do Orçamento para a remoção das
famílias que estão em área de risco, Jardim dos Coqueiros, tem que ser mantido.
Não tem como voltar atrás; tem que ser mantido, sob pena de as pessoas desta
Cidade desacreditarem totalmente o Orçamento Participativo. E tenho certeza
absoluta de que tanto o Prefeito Fortunati quanto o Secretário da Governança,
Cézar Busatto, e o Diretor-Secretário do DEMHAB não têm essa pretensão de
desacreditar um programa colocado por nós, sustentado por nós, continuado por
nós. Então é isso que precisamos fazer e manter.
Portanto acho que os moradores do Jardim Ipê têm
todo o direito de morar, e somos parceiros para buscar soluções, menos essa. Em
hipótese alguma, poderemos concordar que, mais uma vez, seja protelado esse
direito conquistado pelo voto, disputado com o bairro Passo das Pedras, Vila
Santa Fé, Vila Amazônia, Loteamento Dom Pedro, Davi Canabarro, bairro Rubem
Berta, Jardim Leopoldina - foi na disputa no voto! Não foi uma coisa doada, foi
conquistada; não é mais de ninguém aquele recurso - aquele recurso é do Jardim
dos Coqueiros! Esse recurso tem que ser repassado para a compra de área junto à
Av. Manoel Elias, junto à FAPA, e está faltando a transferência dessas
famílias. A dificuldade da reintegração de posse do Jardim Ipê é outra coisa,
não tem a ver com o terreno na Av. Manoel Elias, que já não é mais do DEMHAB, é
dos moradores que lá conquistaram o Centro Vida, durante vários anos.
O Ver. Nilo colocou aqui que, amanhã, às 9h30min,
estaremos lá com o Secretário Cézar Busatto, que eu conheço há mais de 20 anos
e com quem trabalhei, um homem de uma sensibilidade fantástica, que tem a visão
principalmente da periferia de Porto Alegre, pois foi um dos que mais
caminharam nesta Cidade. Tenho certeza de que o nosso Diretor do DEMHAB também
tem essa visão, sempre trabalhou nisso! Só precisam entender que, nessa
discussão, não tem a área do Jardim dos Coqueiros para ser disputada por A ou
por B! Essa disputa já aconteceu nos últimos dez anos, na busca dos recursos
que conquistou dentro do Orçamento - está aqui! Eu faria a mesma defesa para
qualquer outro bairro, outra vila, porque tudo o que foi conquistado dentro do
Orçamento Participativo tem de ser mantido. E eu não vi, nos últimos cinco
anos, alguém desta Administração colocar alguém no olho da rua. Dificuldade,
qualquer um tem; se fosse fácil, teríamos resolvido no passado.
Mas quero, mais uma vez, apelar à sensibilidade de
cada um, para que todos nós peguemos esse trem com o mesmo objetivo, que é ir
para frente. Não podemos mais retroceder e tornar isso polêmico entre nós,
porque não vai solucionar o problema. A polêmica não vai deixar andar.
Então, meus amigos - permitam-me chamá-los assim,
Vereadores desta Casa -, estamos voltados principalmente para as dificuldades
de quem mora na periferia.
Também vejo, aqui, Vereadores, autoridades, todos
preocupados principalmente com construções irregulares, calçadas, mas tudo isso
só na direção do Centro da Cidade. Eu não vejo nada voltado para a periferia!
Tenho pregado no deserto. Na periferia também há prédios com três e quatro
andares, sem a mínima licença.
Outra questão: existe quadro suficiente de fiscais
na Cidade para fiscalizar toda Porto Alegre? Existe ou não existe?
Concluo, Sr. Presidente, com a questão dos “gatos”
na energia elétrica: lá, no Rio de Janeiro, foi o morro que caiu; aqui, o fogo
pode vir dos postes, dos “gatos”. Quantas famílias estão em risco hoje? Quantas
famílias podem perder suas vidas? Há pouco tempo, foi no Chocolatão; há mais
tempo, na Av. Voluntários da Pátria, na Vila dos Papeleiros. Como é que vamos
fazer?
Ver. Beto Moesch, será que o Socioambiental se
resume só ao Centro da Cidade? Será que a fiscalização dos prédios, dos
entulhos, dos esgotos, de tudo, é só no Centro? A periferia não tem esse
direito? A periferia não paga imposto? Por favor, a Cidade tem de ser
fiscalizada no seu todo. Ela tem de trabalhar!
Agora, eu me pergunto o seguinte: existe quadro
suficiente para fazer essa fiscalização? É uma questão de vontade ou de
dificuldade? Ver. Comassetto, nós temos de trabalhar para ver se existem essas
condições, porque, talvez, daqui a pouco, o senhor seja Governo nesta Cidade e
vai enfrentar as mesmas dificuldades. Não é uma questão de vontade; é uma
questão de ter condições de fazer, é uma condição de ter como fazer. Se fosse
assim, o senhor, que já foi Governo, sabe que nós pegaríamos hoje a situação
resolvida. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, além
do aniversário de Getúlio Vargas, se vivo fosse, também aniversaria o Pronto
Socorro de Porto Alegre, que, com extraordinários serviços prestados à
população, faz hoje 66 anos.
Há poucos dias, foi feita aqui uma crítica de que
um supermercado estaria fazendo uma campanha de trocados para ajudar o Pronto
Socorro. Mas tudo o que puder ser ajuda ao Pronto Socorro deve ser feito.
Em 1963, o Jornalista Flávio Alcaraz Gomes lançou a
campanha “Socorro ao Pronto Socorro”, e a população porto-alegrense,
imediatamente, atendeu-a, e Porto Alegre recebeu um equipamento de Raios X, o
mais moderno do mundo àquela época. Em poucos dias, os recursos estavam nas
mãos da Prefeitura, e o Prefeito Loureiro da Silva inaugurava o melhor
equipamento de Raios X do mundo.
Mas, tenho aqui, em mãos, um documento da
Administração Loureiro da Silva, no seu primeiro mandato. Então, diz ele (Lê.):
“Ao assumirmos esta Prefeitura, encontramos os serviços de Assistência Pública
bastante deficientes, principalmente no referente às instalações fixas. Existia
um único posto de socorro imediato, localizado em prédio alugado e em
lamentáveis condições higiênicas. Além disso, esse posto estava colocado em um
ponto excêntrico em relação ao espaço total urbano, o que dificultava,
sobremaneira, o transporte dos acidentados. Em face dessa situação premente,
resolvemos tomar duas medidas imediatas: 1º - projetar e construir um hospital
para a Assistência. [Naquele tempo, chamava-se Assistência Pública, e não havia
Secretaria de Saúde. O Pronto Socorro, em determinado momento, pertenceu à
Secretaria Municipal de Educação e Assistência. Depois, na administração Leonel
Brizola, foi criada a Secretaria Municipal de Saúde, passando a pertencer à
Saúde, e não mais à Educação, como anteriormente.] Encarregamos o Dr. Bruno
Marsiaj, então Diretor da Assistência Pública, de, junto com os técnicos
municipais, projetar o Hospital. Aquele médico apresentou, em setembro de 1939,
um projeto completo e documentado que, com algumas modificações posteriores,
foi adotado, e suas obras estão praticamente ultimadas. Trata-se de um Hospital
com ...”
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Por gentileza, o microfone do Ver. João Dib não
está funcionando. Estamos com problemas na mesa de som; não está registrando o
tempo. Vamos tentar novamente, Vereador. (Problemas técnicos no som.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: “Trata-se de um Hospital com 300 leitos, da modalidade brasileira dos
‘Pronto Socorro’, porém com pequenas variantes. Servirá para atender os casos
urgentes que ali serão hospitalizados e também alguns casos clínicos. O novo
hospital foi localizado em ponto estratégico, no entroncamento das Avenidas
Osvaldo Aranha, Protásio Alves e Venâncio Aires.”
Bem, esse hospital, segundo o Dr. Bruno Marsiaj, no
escrito de sua autoria, diz que foi “... planejado com 150 leitos para doentes,
com cinco andares, terá baseamento para mais três [Portanto, poderia ter oito
andares, mas só foram construídos três, depois o Prefeito Telmo Thompson Flores
construiu o 4º andar.], sendo possível, futuramente, somar de 400 leitos. Não
há interesse administrativo e nem técnico, nas possibilidades de maior número
de internações e, para as previstas, o espaço disponível é suficiente.”
Quero dizer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que
o Pronto Socorro merece o nosso carinho, a nossa atenção, porque ele salvou a
vida de muitos porto-alegrenses, de muitas pessoas ligadas afetivamente a cada
um de nós. Este Vereador está falando nesta tribuna, neste momento, porque, em
31 de dezembro de 1968, foi atendido no Pronto Socorro; se não fosse lá, se
fosse no melhor Hospital de Porto Alegre, eu não estaria sentado aqui neste
momento.
Portanto, todas as homenagens possíveis ao Pronto
Socorro, ao seu quadro de médicos, de residentes, de estagiários que lá fazem
seu trabalho; enfermeiros, auxiliares de enfermagem, todos aqueles que mantêm,
24 horas por dia, 365 dias por ano, o grande Hospital de Pronto Socorro
Municipal. A eles todos, saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; senhoras e senhores, há algum tempo, nós criamos, no Município de
Porto Alegre, uma legislação que proíbe, nas regiões mais centrais da Cidade,
que possamos construir áreas de vendas maiores do que dois mil e quinhentos
metros quadrados. Então, nenhum estabelecimento, nenhum supermercado, nenhuma
loja pode ter uma área de vendas, nas regiões mais centrais da Cidade, maior do
que dois mil e quinhentos metros quadrados, e nós fizemos isso, naquela época,
para evitar que essas grandes lojas, esses megaempreendimentos, pudessem fazer
com que determinadas regiões da Cidade ficassem congestionadas a ponto de
impedir que o ir e vir das pessoas pudesse realmente ser prejudicado, e também
porque a infraestrutura da Cidade é muito exigida com esses superequipamentos.
Então, nós fizemos essa proibição.
Ver. Reginaldo Pujol, o que é que os grandes
empreendedores fizeram para burlar a legislação que nós fizemos nesta Casa,
Ver. Pedro Ruas? Eles criaram determinadas lojas ligadas ao atacado. Então, o
que eles estão fazendo? Estão entrando com licença na Prefeitura Municipal - e
eu estou sabendo que o Conselho do Plano Diretor está liberando essas licenças
-, para que grandes empreendimentos se estabeleçam nas regiões centrais da
Cidade não mais como supermercados ou lojas, mas como atacados. E deram um
apelido para esses atacados, eu não me lembro bem agora, mas, no registro que
fazem junto à Secretaria do Planejamento, colocaram um apelido. Então, como
atacado, eles conseguem burlar a legislação que nós fizemos aqui, proibindo que
esses megaequipamentos pudessem se instalar em regiões centrais.
Na última semana, eu entrei com um Projeto de Lei e
espero que ele possa tramitar a tempo de evitar que um prejuízo maior seja
causado para a nossa Cidade. Eu entrei com uma legislação para adendar a essa
lei que nós fizemos e colocar também, junto a essa lei, os atacados e os
estabelecimentos congêneres aos grandes atacados, para evitar, Ver. Cecchim -
V. Exa, que foi Secretário da Indústria e Comércio -, que esses
megaestabelecimentos possam se instalar com outro nome, porque eles vêm como
atacado, e, mesmo só como atacado, o que eles atraem para as regiões centrais?
Grandes carretas, enormes veículos que prejudicam a Cidade na sua estrutura,
porque, afinal de contas, as ruas não estão preparadas para receber essas
enormes carretas, e também trancam o fluxo de veículos na Cidade.
O que nós estamos fazendo é tentar impedir que
esses megaempreendimentos possam se estabelecer na região central. Não que eles
não se estabeleçam; com certeza, não. Mas a Cidade tem que ser planejada de tal
modo, que esses megainvestimentos sejam feitos na região periférica da Cidade,
fora da região central. Eu acho que Porto Alegre merece que esses grandes
atacados venham, mas não para região central de Porto Alegre, mas para a região
periférica da Cidade. E é isso que nós esperamos conseguir com esse Projeto de
Lei que demos entrada aqui na Câmara Municipal, que pretendemos votar em Regime
de Urgência, para tentar fazer com que a lei atual possa ser adendada com
rapidez, e Porto Alegre não seja prejudicada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Havendo quórum, passamos à
Vamos suspender os trabalhos para a Reunião
Conjunta das Comissões. Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h49min.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 16h54min):
Estão reabertos os trabalhos da 31ª Sessão Ordinária.
Obrigado ao Ver. Pedro Ruas, que conduziu a Reunião Conjunta. Vamos dar seguimento à nossa Ordem do Dia.
REQUERIMENTO – VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 026/10 – (Proc. nº 1384/10 – Ver.
Bernardino Vendruscolo) – requer seja
constituída a Frente Parlamentar para tratar, independentemente de idade, das
pessoas moradoras de rua e pedintes – Frenrua.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 026/10, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos, há muito tempo, vendo o aumento de
pessoas, independentemente da sua idade, nas ruas de Porto Alegre, nas
sinaleiras, embaixo das pontes, e a nossa proposta de criar essa frente
parlamentar para tratar das pessoas que vivem e que buscam sobrevivência nas
ruas é no sentido, Vereadores, de proporcionar uma conversa com o Poder
Público, com os Poderes constituídos - Executivo e Legislativo - e o Ministério
Público, Ver. Reginaldo Pujol, e convidar essas entidades para que possamos,
quem sabe lá, encontrar um caminho para amenizar a situação que está posta
hoje.
Eu quero dizer que nós estamos vendo a imprensa
falar das pessoas que estão nas ruas, crianças drogadas, pessoas doentes, e nós
não conseguimos ver um horizonte melhor. Por isso a nossa proposta é que esta
Casa possa liderar um trabalho junto a essas entidades, à sociedade organizada,
à imprensa. Quem sabe, no debate, possamos encontrar alguns caminhos para, se
não resolvermos tudo, no mínimo amenizarmos essa situação.
Ver. João Antonio Dib, V. Exa, que é
Líder do Governo, quero trazer um fato - já mostrei hoje aqui, mas nós não
podemos negar que essa situação existe -, e, quem sabe trazer essas entidades.
Eu falo do SAMU. Quinta-feira passada, eu pedi que essa frente viesse para a
Ordem do Dia para ser votada. Na sexta-feira, eu fui chamado pelos meus
vizinhos, pois uma senhora estava morrendo na frente de casa, na rua. Eu liguei
para o SAMU. Surpreendentemente, Srs. Vereadores, a pessoa que me atendeu fez
uma entrevista, até que eu, indignado, disse: “Olha, eu sou Vereador, meu nome
é Bernardino, e o telefone é este.” Como se não bastasse, ela insistiu comigo,
até o ponto em que eu pedi para falar com o responsável, o chefe dela. Aí veio
um médico e começou toda a ladainha de novo. Eu disse: “Doutor, quem tem que
dizer se essa pessoa está morta ou não é o senhor, não eu; quem tem equipamento
e condições técnicas para vir aqui avaliar é o senhor, não eu. Eu fui chamado
pelos meus vizinhos e gostaria que o senhor deslocasse uma ambulância para que
nós pudéssemos, no mínimo, dar uma solução para esse fato.” Sabem o que
aconteceu? Veio a Brigada Militar, veio a Polícia Civil, que, posteriormente,
recolheu o corpo, e a entidade SAMU não compareceu.
Aqui está uma foto do corpo, na frente da minha
casa. (Mostra a foto.) Eu não liguei para dar um carteiraço; pelo contrário, eu
fui levado a dizer que era Vereador, quando houve uma insistência do outro lado
me questionando, Bosco, sobre as informações, pedindo que eu desse mais
informações, que eu mexesse na pessoa, tocasse na pessoa, conversasse com ela,
mas tudo isso eu já tinha feito.
Então, se nós temos essa dificuldade, por favor, é
mais um motivo. E aqui não está falando um Vereador de oposição, não é crítica;
são situações que, sabemos, existem na Cidade e não são de hoje. Existe o
problema de trote? Sim, Ver. Dr. Thiago Duarte - V. Exa tem um
Projeto nesse sentido -, mas isso não justifica que alguém fique chamando uma
emergência, numa situação de extrema urgência, e, mesmo depois de dizer que é
um Vereador, de dar o seu telefone e seu endereço, não receba sequer retorno.
Esse é um caso. A nossa proposta é para tratar de pessoas de rua. Por favor,
peço o apoio dos Vereadores. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo.
O SR. PEDRO
RUAS: Ver. Nelcir Tessaro, Presidente; Vereadoras e Vereadores, há muitos
anos, no início dos anos 90, trabalhei com o Movimento de Justiça e Direitos
Humanos na questão dos moradores de rua. Na época - 1992, 1993 -, houve um
episódio dramático em Porto Alegre: uma moradora de rua, de nome Marlene - só
se sabia isso dela, Ver. Bernardino -, teve uma foto sua publicada nos jornais,
no momento em que agonizava junto ao Viaduto Obirici, e ali faleceu sem nenhum
atendimento das autoridades. Conseguimos criar, em parceria com o Governo do
Estado, Município de Porto Alegre e Movimento de Justiça e Direitos Humanos, um
albergue especial que funcionava na Rua Duque de Caxias, que, posteriormente,
foi transferido para a Praça Garibaldi, onde mudou de nome. Nós criamos o
Albergue Marlene em homenagem a essa moradora de rua morta, e, quando foi para
a Praça Garibaldi, mudou de nome não sei por quê.
Enfim, muitos de nós acompanhamos situações como as
que descreve o Ver. Bernardino Vendruscolo. É uma situação grave, há um descaso
absoluto.
No ano passado, Ver. Bernardino, houve uma situação
assemelhada na Av. Borges de Medeiros, quando que também fiz uma chamada para o
SAMU, também chamei brigadianos na rua, que estavam na Borges, e não quiseram
tomar conhecimento da situação daquele senhor que, aparentemente - não sou
médico -, também agonizava. Várias pessoas me pediam interferência, porque me
conhecem dali de perto, e consegui com a FASC, por telefone, que fosse até lá
fazer o atendimento e o recolhimento.
Se a intenção, que me parece ser esta, Verª Maria
Celeste, é a de realmente conseguirmos contribuir para que situações como as
descritas não ocorram, ou seja, que haja um atendimento, que haja uma
consideração, que haja algum elemento de humanidade do Poder Público na relação
dessas pessoas que, lamentavelmente, moram na rua, a proposta do Ver.
Bernardino Vendruscolo merece todo o nosso apoio. Parece-me que é esse o
objetivo de S. Exa, e é nesse sentido que trago, Verª Fernanda
Melchionna, com a licença de V. Exa, o apoio de nossa Bancada,
porque estaremos, lado a lado, com todos os Vereadores e Vereadoras que querem,
efetivamente, que haja uma sensibilidade maior do Poder Público, e que o fato
de atender a essas pessoas não dependa de telefonemas de Vereadores, de pessoas
eventualmente mais conhecidas, Ver. Haroldo de Souza, mas que o Poder Público
cumpra a sua obrigação seja quem for o necessitado e seja quem for que telefone
ou que avise de alguma maneira. Nós queremos que os Poderes constituídos
realmente cumpram o seu papel. E essa comissão, ao que tudo indica, fará com
que Câmara de Vereadores cumpra, também, este seu papel da maior relevância: o
de trazer aos moradores ou às pessoas necessitadas, naquele momento, um
atendimento adequado, digno e humano. Parabéns, Ver. Bernardino Vendruscolo; a
proposta de V. Exa é totalmente meritória.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, na realidade, nós temos esse problema em Porto Alegre, que é a
situação dos moradores de rua e dos pedintes. O Ver. João Bosco Vaz conhece bem
essa realidade, inclusive, porque o ônibus trabalhou e trabalha na Cidade.
Mas, no meu entendimento, Ver. Bernardino, uma
frente parlamentar talvez consiga atuar, mas não de uma forma tão forte quanto
a necessidade que temos para resolvermos esse problema. Eu tenho, nesta Casa -
inclusive, na semana que vem, pretendo colocá-lo em votação -, um Projeto que
prevê a formação de uma comissão especial, já que as comissões especiais têm um
prazo determinado para construir uma saída, porque a frente parlamentar vai se
debruçar sobre o tema, mas há aqueles membros que participam, aqueles que não
participam, a questão vai caindo muito, e me parece que uma comissão especial
que traga o Ministério Público consegue ser mais decisiva, pois não adianta
trabalhar nesta Cidade, Ver. João Bosco, sem o amparo do Ministério Público. Outra
coisa: tem que trazer também o Conselho Municipal de Assistência Social para
essa discussão. Quem fiscaliza esse Conselho? Como trabalham esses Conselhos,
as entidades que recebem verba para tratar de moradores de rua? Há entidades
que recebem verba para atender aos moradores de rua, estão recebendo, mas os
moradores estão nas ruas! Tem que ter, sim, a atuação da própria Brigada
Militar. Há muitas crianças que hoje estão nas ruas, mas a família recebe o
Bolsa Família para que a criança não fique nas ruas. No entanto, a criança está
nas ruas! Por isso é necessária, sim, a presença do Ministério Público. E uma
frente parlamentar vai tratar de um tema que nós não pretendemos, Ver.
Bernardino, que fique enraizado nesta Cidade. Eu entendo a sua preocupação, mas
nós não queremos que esse tema fique enraizado como a Frente Parlamentar do
Turismo. É necessário algo que seja mais veloz, algo que aja com uma
velocidade, Ver. Pedro Ruas, para resolver. É necessário criar um mecanismo que
solucione esse problema.
Eu comentava com a Verª Maria Celeste que, na FASC,
infelizmente, os Psicólogos não clinicam. Não precisamos de Psicólogos para não
clinicar; precisamos de Psicólogos que entrem clinicando. Ver. João Dib, Líder
do Governo, os Psicólogos da FASC têm que clinicar! Não basta dar aquele
primeiro atendimento, e depois largar! Não! Precisa ter acompanhamento, senão
não vai haver resultado! Precisa ser discutida, sim, a situação dos albergues.
Eu costumo dizer que alguns bandidinhos são protegidos pela própria Prefeitura,
porque assaltam durante o dia e, à noite, se escondem num albergue, muitos. E
outra: está comprovado, pela última pesquisa, que, quase 40% - se não me engano
-, daqueles que estão nas ruas, são usuários de crack. Quando a gente diz que precisa, sim, do atendimento da
Brigada Militar junto nessas ações, Ver. Dr. Raul, precisa do atendimento, sim,
do acompanhamento, da proteção da Brigada Militar.
Técnicas da FASC já foram ameaçadas de estupro no
atendimento. A Brigada Militar tem que estar junto, a Polícia Civil tem que
estar junto, o Ministério Público tem que estar junto. Eu contei à Verª Maria
Celeste, ao Ver. Luiz Braz e ao Ver. Ferronato, num programa que nós fomos, que
dei atendimento, certa vez, a um senhor que estava debaixo de uma marquise da Federasul,
e ele não aceitou o atendimento da FASC; me chamaram, fui lá, e esse homem
tinha uma ferida na panturrilha da perna, com bichos andando, aquilo fervia na
perna dele, e ele disse que não ia sair, porque tinha o direito de ir e vir,
Ver. João Dib, só que o Estado tem o dever de proteger quem está desprotegido.
E ninguém que esteja morando na rua, doente, está protegido, Ver. João Bosco; é
necessário, sim, recolher essas pessoas e levar para um atendimento. E isso
precisa do amparo do Ministério Público.
Por isso eu encaminho contrariamente, não que eu
seja contrário ao atendimento aos moradores de rua, mas sou contrário a uma
Frente parlamentar. Peço, sim, para os próximos dias, o apoio à formação de uma
comissão especial, Ver. Pedro Ruas, que dê um rumo para essa situação em Porto
Alegre. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; público que acompanha a Sessão no dia de hoje, eu queria também, em
nome da Bancada do PT, encaminhar favoravelmente o Requerimento do Ver.
Bernardino, no qual ele propõe a criação de uma Frente parlamentar para
discutir a situação das pessoas moradores de rua e pedintes em Porto Alegre.
Colegas Vereadores e Vereadoras, nós temos, em
Porto Alegre, 1.800 moradores de rua, Ver. João Bosco; mais de 2.000 crianças
em vulnerabilidade social, isto é, 30% dessas duas mil crianças são usuárias do
crack. Portanto nós temos, somente
aqui, pelos dados da FASC, 3.800 pessoas que precisam de um cuidado
diferenciado, de um cuidado especial. E nós não vamos dar a oportunidade à
Câmara de chamar os órgãos responsáveis para discutir essa matéria? Muito
pertinente, Ver. Bernardino Vendruscolo! Parabéns pela ideia! Nós temos que
criar um fórum de discussão, onde chamaremos para dentro da Câmara ou para essa
comissão, o Conselho Tutelar, o Conselho Municipal de Assistência Social e o
Ministério Público, para comprometer o Poder Público no sentido de acompanhar
essas pessoas.
O Ver. Bernardino Vendruscolo, quando propõe isso,
lembra dos problemas sociais que enfrenta na Cidade, como, por exemplo, quando
chega até uma sinaleira - como a maioria das sinaleiras de Porto Alegre -, e
ali há um adolescente ou um cidadão maior de idade, que, numa tentativa de
ajudar a limpar o para-brisa do carro, pede uma grana para poder sustentar a
sua família. Isso é legal? Ora, pode ser legal, livre; ninguém vai impedir que
o cidadão aborde alguém para pedir algo. Mas é humano as pessoas terem que
pedir esmola para sobreviver? Onde está o Poder Público para garantir a essas
pessoas não só o direito de ir e vir, mas o mínimo do que lhes é de direito
como, por exemplo, assistência à saúde, assistência à educação, e, mais do que
isso, dar uma oportunidade para que essa pessoa possa ser cadastrada no
Programa que é defendido pelo Governo Federal, o Bolsa Família.
O Município de Porto Alegre deixa de cadastrar,
anualmente, mais de um milhão de pessoas, exatamente porque não tem um programa
consistente, em parceria com o Governo Federal, sobre o Bolsa Família.
Então, estar defendendo ou estar discutindo essa
questão dos moradores de rua e, mais precisamente, das crianças que estão
abandonadas, é, sim, uma atribuição do Legislativo.
Portanto, com certeza, Ver. Bernardino Vendruscolo,
nós somos favoráveis ao seu Requerimento.
E mais do que isso, o Governo Fogaça faltou com a verdade
muitas vezes! Veja só o programa que ele desenvolveu na campanha! Ele não
conseguiu implementar nem 40% do que ele prometeu. Aliás, a maior mentira do
Governo Fogaça foi dizer que não ia renunciar e renunciou! Isso foi a maior
falta com a verdade. E, por isso, nós não podemos deixar aqui de lembrar o
eleitor de que há muita gente que posa de transparente, mas que, na verdade, se
esquece do que, ali atrás, ele falou na telinha para todos os cidadãos
porto-alegrenses. Mais do que isso: nos programas que ele prometeu para a
Cidade, ele dizia que ampliaria o número de albergues. Quantos novos albergues
o Governo José Fogaça fez em Porto Alegre? Ele atende hoje 440 pessoas em
situação de rua, e nós temos 1.800 pessoas nas ruas. Nós não estamos brincando
aqui com o cidadão. E é por isso que o povo, logo ali adiante, vai dizer em
quem ele vai votar e escolher. Nós temos que, aqui, preservar a verdade. E quem
não demonstra a verdade não deve voltar para o mundo da política. Quem falta
com a verdade, seja com a promessa de um novo programa ... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, venho a esta tribuna discutir este tema tão candente, que é a
questão dos moradores de rua.
Acho que é importante que a gente coloque, neste momento, também, os bons programas que têm dado certo nesse sentido. Tem o Bonde da Cidadania, do Ver. Bosco Vaz, da Secretaria do Esporte; o trabalho da FASC, com o Secretário Kevin Krieger; a implementação das creches, que diminuem o número de crianças nas ruas e acabam diminuindo o número de pessoas compelidas à rua, da Secretária da Educação. E, sem dúvida nenhuma, tivemos diminuição do número de pessoas de rua. Mas é fundamental que possamos discutir essa situação, Ver. Bernardino. Quero destacar também que essa deve ser uma tarefa do Legislativo, do Executivo e da sociedade.
Quero destacar aqui o trabalho do jornal Boca de
Rua, que acaba por integrar um grande número de moradores de rua. Nós também já
participamos com algumas entrevistas nesse jornal.
Quero falar especificamente de algumas coisas
bastante vinculadas à Saúde. A primeira questão é do SAMU. Eu mesmo já fiz
severas críticas ao anterior Coordenador de Urgências e Emergências, sobre a
condução do SAMU. Hoje nós temos uma situação um pouco diferente - eu diria
bastante diferente -, tanto que o contato com a Coordenação, de
responsabilidade de uma colega do Município, a municipária Dra
Roberta, é extremamente ágil, e já coloquei à disposição do Ver. Bernardino
Vendruscolo para podermos analisar pontualmente essa situação.
Mas, sem dúvida nenhuma, o que torna ineficaz o trabalho do SAMU, muitas vezes atrasado, é o número de trotes. No ano de 2007, foram 300 mil trotes ao SAMU. No ano passado - o ex-coordenador dificultava o acesso aos números, mas depois acabou nos dando -, foram 187 mil trotes ao SAMU! Não são telefones públicos. Noventa por cento deles são linhas que têm dono! E o indivíduo liga para lá e acaba fraudando o sistema. Isso, sem dúvida nenhuma, acaba prejudicando o atendimento. É importante, é fundamental que tomemos uma atitude forte nesse sentido, e a atitude é de responsabilizar essas pessoas no nosso âmbito legislativo. A forma de fazer isso é atuar na parte mais frágil do corpo desses indivíduos sadios - o bolso -, fazer com que esses indivíduos paguem multas pelo uso indevido do SAMU. Esse é o Projeto que está tramitando na Casa. Sei que o Ver. Mauro Zacher, inclusive, já fez uma emenda bastante enérgica nesse sentido, e estamos aguardando as emendas que possam vir através da comunidade e de todos os colegas.
Faço também uma outra reflexão. Conduzidos pelo
Ver. Aldacir José Oliboni, nós fizemos uma visita à Sala de Regulação do SAMU.
Acho que todos os Vereadores desta Casa devem, em algum momento, fazer uma
visita à Sala de Regulação do SAMU. E vão identificar que, certamente, o
problema do SAMU não é dos servidores que lá labutam, mas sim, muitas vezes,
das condições que eles têm de trabalho; falar da Frente Parlamentar Antidrogas,
que tem essa ênfase na questão da drogadição, contra a drogadição e o crack, e dizer que é fundamental que se
implementem melhorias na Atenção Básica, na prevenção. Nós temos, aqui em Porto
Alegre, sediado no Santa Marta, o Programa de Saúde da Família dos moradores de
rua. É importante que nós ampliemos isso e, sem dúvida nenhuma, possamos fazer
com que essas equipes tenham facilidade principalmente na consulta secundária e
terciária.
Por fim, talvez, a terapia comunitária,
desenvolvida em alguns bairros desta Cidade, na área da Saúde, que faz a
interface com a sociedade, possa prevenir os casos de pessoas que ainda não
deixaram a rua, fazendo com que a comunidade local dê maior suporte a esses
indivíduos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria Celeste está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento n° 026/10, pela oposição.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, acho
extremamente oportuno estarmos fazendo esta discussão - já tivemos oportunidade
de fazer um debate, na TVCâmara, sobre a situação dos moradores de rua da
cidade de Porto Alegre -, mas eu penso que, para produzirmos um bom resultado
sobre esse debate, nós temos que separar as duas questões pertinentes ao tema:
a primeira, que é a situação de crianças e adolescentes na rua, e outra questão,
que é a dos moradores de rua.
Eu ouvi aqui elogios à Administração atual sobre
esse tema, dizendo que houve diminuição, e eu quero dizer que, lamentavelmente,
isso não acontece de fato. Os Vereadores que me antecederam falam de uma cidade
que, para mim, não existe, de uma cidade imaginada na cabeça de um “prefeito
poeta” que, aliás, não assume a Cidade, que abandona a Cidade e tem uma imagem
muito bonita da cidade de Porto Alegre, que não é a realidade. Se nós olharmos
os dados de investimento da Fundação de Assistência Social no Município,
veremos que é uma vergonha! É uma vergonha que a FASC, em 2009, tenha investido
apenas 90 mil reais. Isso é uma vergonha! Qual é o resultado disso? A ausência
total dos projetos e programas que, aliás, constavam como promessa de campanha
do nosso “prefeito poeta”.
Senão vejamos: projetos como o Programa de Recessão
na Atividade Produtiva, construção do Centro de Referência na Região Centro de
Porto Alegre, o CREA; Ampliação do Serviço ao Migrante no Módulo Centro de
Assistência Social e implantação do Sistema Único de Assistência Social, aliás,
uma demanda de conferências anteriores, reiterada na Conferência de 2009, que
previu a instalação de cinco CREAs na Região Centro, Glória, Leste, Lomba do
Pinheiro, para o segundo semestre de 2008, e na Região Sul, em 2009, em que
farão abordagem e acompanhamento de pessoas adultas e crianças em situação de
vulnerabilidade social.
A equipe de abordagem de rua, para o atendimento de
crianças e adolescentes, de fato, foi constituída, tencionada pelo movimento
social da nossa Cidade, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, que fizeram com que, de fato, a Fundação de Assistência criasse,
em convênio, as entidades para abordagem de rua.
O que se constatou é que foram abordadas 6.774
crianças em situação de rua na cidade de Porto Alegre. E esses dados, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, estão no site
da Prefeitura Municipal.
Dessas seis mil e poucas crianças, segundo esse
dado, em torno de 300 crianças vivem em situação de rua, diferentemente do que
apontou a pesquisa.
A pesquisa da Universidade Federal falava em 700, e
houve, nessa pesquisa, um trabalho com metodologia, que é diferente de uma
abordagem feita pela equipe, e não uma abordagem técnica. Houve também, nessa
pesquisa, um indicador bastante sério, que tem de ser levado em conta, que
aumentou de 8,3% para 20% o número de crianças em situação de rua na idade de
zero a seis anos.
Há pouco falávamos disto, da necessidade de haver
projetos ousados que deem conta da paternidade responsável, que deem conta do
acolhimento de crianças de zero a seis anos na cidade de Porto Alegre. E o que,
lamentavelmente, nós vemos é isto: aumentou o número de crianças de zero a seis
anos em situação de rua na cidade de Porto Alegre.
Então, uma outra questão posta aqui, também dos moradores, pelo Ver. Oliboni, corretamente, é sobre o número de moradores de rua na cidade de Porto Alegre. Nós temos 1.800 moradores de rua na Cidade e apenas 440 vagas nos albergues para esse atendimento.
Acho, Ver. Bernardino Vendruscolo, que V. Exa
traz à tona um dos problemas mais sérios da nossa Cidade, e nós temos que ter a
coragem de enfrentá-lo com a frente parlamentar, com a comissão que o Ver. Nilo
Santos está propondo, porque a comissão, sim, poderá fazer uma análise, um
diagnóstico, propor alternativas, e a frente parlamentar vai poder apoiar
também essa iniciativa da comissão. Juntos, quem sabe, possamos colocar para o
Executivo a real situação da cidade de Porto Alegre, porque parece que o
Prefeito, que era poeta, que vivia nas nuvens, não tinha conhecimento da
situação do número e do aumento dos moradores de rua na cidade de Porto Alegre,
porque a iniciativa que o Prefeito Fogaça teve foi a de fechar as marquises de
Porto Alegre, escondendo o problema real dos moradores de rua na Cidade. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10, por cedência de tempo do
Ver. João Pancinha.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, pedi para falar porque, daqui a pouco, posso até me sentir
constrangido em fazer a disputa de uma situação: um Projeto quer frente ou a
criação de uma comissão especial. Eu só gostaria de dizer que, quando propus
essa frente, não existia nada tramitando na Casa. Tem uma comissão proposta,
que é de 2007 e que estava arquivada.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Mas só se foi desarquivada depois da proposição
desta frente.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Mas estava arquivada, de 2007, Vereador!
Gostaria também de dizer que tenho muita clareza -
como todos os demais Vereadores - de que o Poder desta Casa, ou em frente
parlamentar, ou de comissão especial, restringe-se às questões do Município, às
autoridades legislativas e executivas do Município. Quando se trata do
Ministério Público, do Judiciário, tanto em frente parlamentar como em comissão
especial, nós podemos fazer convites, mas não exigir o comparecimento. Então,
só para fazer esse esclarecimento.
Agora, evidentemente, na medida em que o Vereador
Nilo diz que está com a frente...
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: É que não podemos debater aqui.
Só para resumir: na verdade, quando propusemos essa
frente parlamentar, não havia a proposta de criação de comissão tramitando. Só
para isso ficar bem claro, porque, senão, dá a impressão que, quando eu
propus... Volto a dizer: nada estava tramitando nesse sentido; havia uma
proposta de comissão arquivada. Então, vamos combinar aqui para não ficar chato
para este Vereador. De qualquer maneira, fico muito feliz, porque houve um
andamento com relação ao assunto.
Verª Maria Celeste e Vereadores, enfim, que fizeram
críticas ao Prefeito que saiu, o Prefeito José Fogaça... Porque, na verdade,
tudo se resume agora ao Fogaça. Eu gostaria de dizer que este Vereador fez uma
pesquisa, há pesquisas aqui, está transcrita aqui também a pesquisa da UFRGS, e
vou dizer que não são 1.800 pessoas na rua. E uma grande maioria, Verª Maria
Celeste, das pessoas que estão das ruas de Porto Alegre, vem da Grande Porto
Alegre e dos Municípios administrados pelos PT. Então não adianta buscarmos
aqui justificativas ou desculpas; nós precisamos nos somar para tentar
resolver, porque, se tiver que fazer debate político, vamos afirmar que a
maioria das pessoas que estão nas ruas de Porto Alegre vem da Grande Porto
Alegre, e a grande maioria dos Municípios é administrada pelo PT. Só para
combinar isso.
Eu gostaria de dizer também que estamos num ano
eleitoral, então não vamos dar instrumento para fazerem campanha política, não
daremos parceria para isso. A frente parlamentar pode durar até dois anos, é um
trabalho contínuo, e penso que quem tem vontade de resolver pode fazer o seu
trabalho político aqui também trabalhando, discretamente, porque não é com
discurso, acusando uma ou outra pessoa que vamos resolver o problema ou
amenizar a situação das pessoas de rua, independentemente da idade. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, o problema dos moradores de rua ou em situação de rua, com qualquer
adjetivo, Ver. Dib, que se queira dar, é daqueles assuntos que geram muitos
discursos e pouca solução.
Felizmente, agora parece que nós estamos
vivenciando uma situação contrária, nós temos duas iniciativas que querem
enfrentar o assunto. Bom, eu quero deixar muito claro o seguinte: eu voto a
favor da criação da frente parlamentar, da constituição da comissão, de tudo o
que vier, Ver. Paulinho, com o propósito de enfrentar uma situação que é
insustentável, Ver. Dib. Por culpa de quem, não importa; o que deve ser
colocado, com toda a clareza, hoje, é que, especialmente na área central de
Porto Alegre, essa situação é insustentável.
Então, eu, há poucos dias, no microfone de uma
rádio de boa audiência na Cidade, a Rádio Pampa, perguntei para uma figura
expressiva do Ministério Público do Rio Grande do Sul como é que nós podíamos
enfrentar o problema. Fiquei, Ver. Pancinha, realmente estarrecido com a
resposta, porque a resposta foi e voltou e não me disse absolutamente uma coisa
conclusiva. Mas uma coisa me foi dita: que, para eu retirar esse morador de rua
que tem aí, eu tenho que ter autorização judicial, e para ter autorização
judicial, Ver. Bosco, eu preciso requerer em juízo. Agora, como é que eu vou
pedir em juízo que o seu Fulano, que eu não sei o nome, que não é capaz de me
dizer o nome, tem que sair daquele lugar? Porque, caso contrário, eu estarei
incidindo em um direito constitucional, o direito de ir e vir, a liberdade do
cidadão de, se quiser, morar na rua.
Bom, eu sou liberal; acho que garantir as
liberdades individuais de cada um é uma obstinação na minha vida. Agora, vejam
bem! Eu, muito pequeninho, aprendi que a liberdade de um termina quando começa
a liberdade de outro e que o direito do cidadão de optar por morar na rua não
lhe dá o direito de utilizar a rua como latrina e outras tantas coisas que
acontecem na via pública, impedindo que pessoas outras, que também têm o
direito de ir e vir, possam transitar, por exemplo, na Rua Jerônimo Coelho,
após as 20h, ali no trecho entre a Av. Borges de Medeiros e a Praça da Matriz.
Então, Sr. Presidente, eu quero, de forma muito
categórica, dizer que, constituída a frente parlamentar, eu quero ser
integrante dessa Frente; constituída a comissão especial para tratar do
assunto, eu quero ser integrante dessa comissão. O que não quero é ser omisso
no enfrentamento do problema, tampouco entrar no rol daqueles que vivem dos
problemas e morrem com as soluções. Eu quero buscar alguma forma, mas, se não
solucionar - porque me disse um colega que isso é um problema de solução
interminável -, pelo menos eu vou amenizar esta situação, colocar em termos
compatíveis com os reclames da população, e enfatizo: a população do perímetro
central de Porto Alegre, a toda hora, a todo o momento, nos faz advertência
nesse sentido.
Outro dia, inclusive, encontrei uma pessoa, e ela
me disse que parece incrível que Porto Alegre, tendo quatro polícias
estabelecidas - civil, militar, federal e os “azuizinhos” -, não tem os logradouros públicos cuidados, parra que essas
polícias evitem que ocorra ali tudo o que acontece. Diz o Bosco que não são
quatro, são cinco, há mais uma. Ora, eu não quero que isso se transforme em um
caso de polícia; eu me alio a qualquer um movimento que tiver por objetivo
enfrentar essa situação. Como as minhas decisões têm que ser concretas, a primeira delas vai ser acompanhar o Ver.
Bernardino Vendruscolo e votar a favor da proposição da criação da frente
parlamentar e, logo a seguir, acompanhar o Ver. Nilo na comissão especial que
vai tratar também desse assunto, e o fará com profundidade, porque eu estarei
presente nela. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 026/10.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, na verdade, eu vou votar favoravelmente à proposta do nobre e
querido Ver. Bernardino Vendruscolo. No entanto, não há de ser com uma Frente
que nós vamos resolver o problema. Nós temos, na Casa, a Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, e é por isso, Presidente, que
eu vejo mais solidificada a minha repulsa aos direitos humanos, porque,
enquanto não houver quem cumpra os deveres humanos, os direitos serão
esquecidos. Nós deveríamos, primeiro, pensar em deveres. Nós temos o dever de
não permitir que as pessoas vivam miseravelmente. É o nosso dever! Até Deus,
quando fez o mundo, primeiro cumpriu o seu dever, fez o mundo em seis dias; no
sétimo dia, adquiriu o direito de descansar. Mas nós, aqui, primeiro falamos em
direito e, depois, em dever. Nós temos que falar mais em dever. Portanto, não é
esse o problema.
Agora, Sr. Presidente, acho que esta matéria não
era digna de todas as discussões que foram feitas e, principalmente, usando
indevidamente o tempo da discussão. Mentir é falar contra o que se pensa para
enganar. E o Prefeito José Alberto Fogaça de Medeiros foi chamado pelo nobre
Ver. Aldacir José Oliboni de mentiroso. Eu não posso concordar com tal fato.
Quem pode julgar o Prefeito Fogaça por ter deixado a Prefeitura? Foi uma
vontade dele? Foi uma luta que ele fez para ser candidato? Todos nós sabemos
que não, com honestidade. Todos nós sabemos que não! Ele queria que o candidato
fosse o Rigotto. Agora, o Tarso Fernando Herz Genro, candidato do Partido dos
Trabalhadores ao Governo do Estado, quando cabia a vez de José Fortunati
disputar a Prefeitura pelo Partido dos Trabalhadores, Tarso Fernando Herz Genro
deslocou o Fortunati. Não permitiu, lutou, foi candidato, venceu. Jurou que não
sairia da Prefeitura. Um ano e três meses depois, ele estava fora e não tinha
tirado as crianças da rua, que era uma promessa dele. Nenhuma criança. O Tarso
Fernando Herz Genro foi candidato ao Governo contra o Rigotto. Mas como é que
ele foi candidato ao Governo? Foi deslocando a figura de Olívio...
(Manifestações paralelas no Plenário.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Não me falem nos moradores de rua, porque eu estou falando da mesma
forma que o meu querido Aldacir José Oliboni, que é o “Jesus Cristo” do Morro
da Cruz, mas aqui ele não é! Aqui ele não é! Aqui ele vai ter que ser julgado
da forma que ele é: um bom Vereador? Um bom Vereador! Entende de Saúde? Entende
de Saúde! Mas não fale mal do José Fogaça, chamando-o de mentiroso, porque o
Tarso Fernando Genro é muito pior! Se o Fogaça fosse mentiroso, não teria
aprendido com as aulas que o Tarso Fernando deu. O Tarso Fernando não permitiu
que o Olívio Dutra se candidatasse à reeleição. Disputou com o Olívio Dutra e
retirou. Agora, o Fogaça, foi o seu Partido, o PMDB, que pediu que ele saísse
da Prefeitura, porque ele era o maior nome que tinha no Partido. E ele aceitou,
aceitou a imposição que o seu Partido lhe dava, mas não lutou por ela; ele
apenas aceitou, quando ele tinha um candidato declarado, que era Germano
Rigotto, mas não conseguiu.
Portanto, Ver. Oliboni, quando falar outra vez,
fale apenas no assunto em Pauta. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação o
Requerimento nº 026/10, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5577/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/09, que declara de
utilidade pública a Associação dos Amigos da Hematologia do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (HEMOAMIGOS).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 19-04-10.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 5727/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/09, que declara de
utilidade pública a Associação dos Amigos do Projeto Abrindo Horizontes.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz:
pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Valter
Nagelstein: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Fernanda
Melchionna: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 12-04-10.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 5990/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/09, que declara de
utilidade pública a Inspetoria Salesiana Pio X – Lar Dom Bosco.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos
Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Mauro
Zacher: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 12-04-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o bloco composto pelos seguintes
Projetos: PLE nº 042/09, PLE nº 046/09 e PLE nº 052/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. (Pausa.) Em votação o bloco composto pelos seguintes Projetos:
PLE nº 042/09, PLE nº 046/09 e PLE nº 052/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 003/10 por uma
Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Carlos Todeschini, que solicita o adiamento da votação do PLCL nº 024/07 por
uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Comunicamos às Lideranças desta Casa que está
acordada com o nosso Secretário da Saúde a reunião na quinta-feira, dia 22, às
12 horas, no Salão Nobre desta Câmara de Vereadores.
Também coloco aqui um convite da comunidade do
bairro Rubem Berta para os festejos do 23º aniversário do Bairro, no sábado,
dia 24 de abril, às 16h30min. A festa é na avenida.
Apregoo a Emenda de Liderança nº 01 ao PLL nº
352/03, de autoria do Ver. Beto Moesch e outros.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Beto
Moesch, que solicita a dispensa do envio às Comissões da Emenda de Liderança nº
01 ao PLL nº 352/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu formalizarei logo depois,
conforme determina o Regimento, três Requerimentos solicitando adiamento, por
uma Sessão, da discussão do PLL nº 254/09, do PLL nº 238/09 e do PLL nº 003/10.
Todos eles são propostas para concessão de título de cidadania, que dependem de
quórum qualificado, o que é difícil de ser alcançado neste momento.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Ver. Reginaldo Pujol, o PLL nº 003/10 já teve
aprovado o seu adiamento. Então, colocamos em votação o bloco dos
Requerimentos, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que solicitam o adiamento da
discussão, por uma Sessão, dos PLL nº 254/09 e PLL nº 238/09. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum, por
favor.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito a abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Engenheiro Comassetto. (Pausa.)
(Após o fechamento do painel eletrônico.)
Com a presença de nove Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h48min.)
* * * * *